A grande festa das olimpíadas no olhar de um pernambucano

Pernambucano relata experiência com a abertura dos jogos olímpicos
JC Online
Publicado em 06/08/2016 às 13:32
Pernambucano relata experiência com a abertura dos jogos olímpicos Foto: Foto: Beth Santos/ PCRJ


*De Luciano Leonido, especial para o JC

Espetacular! Talvez esta palavra represente o que aconteceu na noite da sexta-feira (5) na “Capital Olímpica”. Um festival de cores e sons marcaram nossa experiência com a abertura dos Jogos das olimpíadas.

Saímos da região do Aeroporto do Galeão por volta das 17h30. O receio quanto às dificuldades do caminho eram grandes. A princípio, nenhum problema. Trânsito sem muitas retenções. Enquanto o tráfego era intenso no sentido do Maracanã, nos dirigíamos à Praça Mauá, um dos pontos do Boulevard Olímpico localizado na zona portuária do Rio. Um espaço montado para a população em geral acompanhar os jogos em telões e se envolver com a competição.

 Próximo ao centro, nossa grande dificuldade não foi o trânsito, e sim em encontrar estacionamento. Com as ruas próximas bloqueadas pelo exército, ficou muito difícil encontrar uma ‘vaguinha’ pra deixar o carro.

Encontramos! Felicidade Geral!

O flanelinha se aproxima:

- Ô amigo! ‘Vamo’ deixar acertado aqui, ó!?

- Fica tranquilo! Na volta tá na mão!

Nesse momento, meio pasmos, sem acreditar, entregamos os R$3 numa felicidade “da gema”. Já erámos praticamente os donos do pedaço.

-Campeão! Uma informação por favor! A Praça Mauá é longe daqui?!

-Caraca, maluco! Tu vai andar para caramba! Deixa eu te dar a real: Procura o polícia ali na frente, que ele vai te explicar tudo direitinho!

Moral da história: 2,4 km separavam a Rua Frederico Silva, lugar onde estacionamos o carro, até a Praça Mauá (Pode olhar no Google Maps)

Nessa caminhada toda, uma constatação. Nunca vimos tanta gente do exército num lugar só! Nem em desfile de 07 de setembro. Armamento (na minha análise leiga) totalmente pesado. Tanques, motos, todos devidamente armados. Acrescenta-se aí a Polícia Rodoviária Federal, Agentes de Trânsito, Polícia Civil. Um arsenal digno de Guerra Mundial. Como se para muitos algo sério pudesse acontecer a qualquer momento. Não sabíamos ao certo se todo aquele aparato trazia tranquilidade ou insegurança. Pedir uma informação a um soldado (mesmo que eles nos tratassem com muita cordialidade), era ver um fuzil de perto e, dependendo do ângulo, apontado diretamente pra você. Experiência meio tensa.

Após percorrer um trajeto de meia prova olímpica, finalmente chegamos à Praça Mauá. Admito que esperava um local mais iluminado. Luz apenas dos postes da rua, do telão e das ativações de alguns patrocinadores. Não era escuro ao ponto de tropeçar no chão, mas nossa expectativa era muito maior. Por outro lado, as cores apareceram em forma de gente. Eram tipos diversos. O estereótipo que queiram imaginar. Imagine um: Tinha!

Grande também era o número de bandeiras. Cada um esbanjava com muito orgulho sua flâmula. Dos vizinhos mais próximos, como Argentina, Uruguai e Colômbia, passando pelos que já tem passaporte carimbado por aqui, como Estados Unidos, Espanha, França, México, Itália, até os mais incomuns como Irlanda, Trinidad e Tobago, Quênia, Polônia dentre muitos outros. Ver as bandeiras no horizonte era uma vivência multicultural.

As apresentações da abertura dispensam comentários. Muito linda! Os comentários eram uníssonos. Desde a contagem regressiva para o início até a Pira formando um Sol, deixava a todos muito emocionados. Com muitas fotos, entrevistas a veículos internacionais, coros gritando o nome de seu país, vaias aqui e acolá, a experiência da abertura foi muito intensa.

Precisamos voltar. Concluir a prova dos 5.000 m. Nosso amigo flanelinha? Estava lá aguardando a nossa volta.

- Valeu Peixe! Amanhã ‘tô’ por aqui de novo.

Acenamos com um sinal de ‘curti’ e uma risada no canto da boca.

No fim das contas, a gente sempre acaba se surpreendendo.

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