Pernambucana de 15 anos é destaque no Tiro com Arco

Rebecca Lisboa é a atual campeã brasileira outdoor e recordista na categoria Cadete Feminino Composto
Fernando Castro
Publicado em 22/07/2018 às 9:28
Rebecca Lisboa é a atual campeã brasileira outdoor e recordista na categoria Cadete Feminino Composto Foto: Alexandre Gondim / JC Imagem


Concentração, olhar fixo e muita repetição. Essa é a preparação de Rebecca Lisboa, jovem atleta pernambucana de apenas 15 anos, que vem se destacando e conquistando bons índices nas competições de Tiro com Arco que disputa.

O interesse em um esporte pouco popular começou quando Rebecca acompanhava o pai Alberon Lisboa, quando ele competia em provas de tiro com carabina de pressão. A jovem, então estimulada por seu pai, começou a treinar. Motivado pelo talento evidente da filha, Alberon se qualificou e tornou-se o treinador da atleta.

Em 2014, com apenas 11 anos, participou de sua primeira competição, o Campeonato Brasileiro Outdoor Base, em Maricá-RJ, sede da Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTARCO). Rebecca ficou em segundo lugar, na categoria Infantil Feminino Composto, recebendo a medalha de prata.

Por causa da pouca idade, a jovem atleta tem que dividir a atenção entre o esporte e os estudos. Rebecca frequenta a escola pela manhã e treina cerca de três horas durante quatro dias na semana, no Clube dos Oficiais da Polícia Militar de Pernambuco, em Aldeia. Neste ano, Rebecca mudou de categoria e migrou para Cadete Feminino Composto. Em julho, durante o primeiro campeonato na nova categoria, foi campeã brasileira outdoor.

Apesar de todo talento e conquistas, Rebecca enfrenta dificuldades em um esporte com pouca visibilidade e valorização. “Infelizmente no Brasil não existe uma política de investimento eficaz em torno de incentivo aos esportes. Por conta da pouca popularidade do Tiro com Arco, nós temos uma grande dificuldade com patrocinadores”, comenta o treinador e pai Alberon.

Com todo um potencial técnico e pouca idade, Rebecca traça objetivos para a sua carreira. “Eu já conquistei o que queria esse ano, que é ter ganho a medalha de ouro no brasileiro e ter batido o recorde, mas no futuro, o que eu realmente almejo é disputar um Mundial ou uma Olimpíada”, comenta.

Sobre como é ter um pai como seu treinador, a atleta diz que é diferente, mas motivador. “Ele reclama muito, me dá muito puxão de orelha, me cobra até quando estou em casa, mas é bom porque eu sempre vou poder confiar nele, além de confiar como pai, confio também como técnico”, afirma.

“Sempre incentivei minhas filhas a praticarem esportes. A Rebecca me surpreende muito, eu confesso que às vezes tenho que puxar um pouco a orelha dela, mas quando ela coloca o arco na mão, a surpresa sai. E eu só posso atribuir isso a dom”, completa Alberon.

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