O Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu neste domingo (24) não suspender o Comitê Nacional Olímpico Russo (ROC), deixando para as federações internacionais a decisão de avaliar a participação de cada atleta do país nos Jogos do Rio, com base em critérios muito rígidos.
"Os atletas russos das 28 modalidades olímpicas precisam assumir as consequências da responsabilidade coletiva (do país) e a presunção de inocência não pode ser aplicada", ressaltou o COI em um comunicado.
"Por outro lado, a justiça individual precisa ser aplicada, e todo atleta precisa poder provar que a responsabilidade coletiva não pode ser aplicada no seu caso", justificou.
Na quinta-feira, o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) confirmou decisão da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) de banir a Rússia do esporte, por conta das revelações de doping sistemático no país.
Essa medida não será aplicada para os outros esportes, apesar de novas denúncias avassaladoras do relatório McLaren, que evidenciou a participação do governo e dos serviços secretos ao esquema.
Mesmo assim, o COI considera que "não existem provas contra o Comitê Olímpico Russo no relatório", por isso resolveu não suspender o país como um todo.
As federações internacionais das demais modalidades terão a possibilidade de validar a participação dos atletas que considerem 'limpos'.
A IAAF chegou até a tomar uma medida semelhante, ao 'repescar' a saltadora em distância Darya Klishina que treinava na Flórida, onde é submetida a exames mais rigorosos do que em seu país.
A entidade também chegou a autorizar a meio-fundista Yuliya Stepanova a disputar os Jogos por conta da sua contribuição na denúncia do escândalo, mas o COI resolveu vetar sua participação neste domingo.
A decisão foi tomada porque, de acordo com os critérios muito rigorosos estabelecidos para liberar a participação de atletas russos, nenhum deles pode ter testado positivo no passado, o que foi o caso de Stepanova.