Com a prata de Diego Hypolito e o bronze de Arthur Nory no solo, a ginástica ganhou em apenas uma prova a metade do total de medalhas conquistadas pelo Brasil nos primeiros oito dias de competição, que passou de quatro para seis.
A façanha fez o país subir da 25ª para a 16ª posição no quadro de medalhas, se levar em conta o total de pódios, e não apenas os ouros, critério geralmente utilizado.
Ainda está longe da meta do top-10, meta estabelecida pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), mas a torna mais viável.
Na verdade, o Brasil já garantiu a sétima medalha desde sexta-feira, com o boxeador Robson Conceição, mas ainda resta saber a cor. Com a vitória na semifinal deste domingo, já se sabe que será de prata ou de ouro. A decisão está marcada.
Outra duas medalhas poderiam ter sido garantidas nos ringues, mas Robenílson de Jesus e Michel Borges caíram nas quartas de final.
Quem ficou mais perto do pódio foi a dupla de vôlei de praia Larissa e Talita, que fez um jogo duríssimo com Nadine Zumkher e Joana Heidrich, país que não possui praia, por não ter acesso ao mar, mas tem pelo menos duas grandes jogadores de vôlei
A dobradinha de Hypolito e Nory levantou o moral do time Brasil. Além do feito histórico, para uma modalidade que antes tinha rendido apenas uma medalha ao país, o ouro de Arthur Zanetti na argolas em Londres-2012. A façanha também veio com uma história de superação, a redenção de Hypolito depois das desilusões de Pequim-2008 e Londres-2012. Para Nory, o pódio foi totalmente inesperado, surpresa grata para o jovem de 22 anos, promessa que virou realidade. É apenas a quarta vez na história que brasileiros ganham duas medalhas na mesma prova, sendo que as outras três foram no vôlei de praia.
Na maratona feminina, disputada sob forte calor, as brasileiras chegaram longe da vencedora, a queniana Jemina Sumgong. Adriana Aparecida da Silva terminou na 69ª colocação, Marily dos Santos chegou em 78ª e Graciete Santana em 128ª. Mas a maior decepção para o atletismo brasileiro é o fato de que a noite de competição mais aguardada da modalidade, com a disputa dos 100 m rasos masculinos, haverá apenas um atleta do país competindo, Talles Silva, na fase classificatória do salto em altura. De verde e amarelo na pista, só as cores da Jamaica de Usain Bolt, que tentará o tricampeonato na prova.
"Já caí de bunda, já caí de cara. Aqui eu caí de pé", declarou Diego Hypolito, ao recordar as decepções nas Olimpíadas anteriores.
"Eu disse para Talita o tempo inteiro que a gente ia conseguir, que o jogo não ia terminar assim e que juntas a gente era mais forte", relatou Larissa, depois do jogo dramático contra a dupla Suíça.
"Os cubanos acham que vão ganhar do Brasil sempre, mas não vão", avisou Mateus Alves, treinador da seleção brasileira de boxe, depois da vitória de Robson Conceição sobre o cubano Lazaro Alvarez, tricampeão mundial.
Neste domingo de dia dos pais, Robson Conceição ganhou um presente e tanto: a vaga na final olímpica dos pesos ligeiros. A medalha, porém, não será para ele, mas para sua filhinha Sofia, que completará dois anos na próxima sexta-feira. "Minha filha mudou minha forma de encarar a vida. Hoje eu luto por ela, treino por ela. Tudo que faço, até minha respiração é por ela, ela é o amor da minha vida. Essa medalha olímpica era uma promessa minha que fiz a ela, como presente de aniversário", anunciou o baiano, que também fez questão de dedicar sua vitória a todos os pais de família.