Salto com vara feminino, a hora de Fabiana Murer e do Brasil no atletismo

Murer chega aos Jogos Rio 2016 como a atleta com o segundo melhor tempo da temporada, atrás somente da americana Sandi Morris
AFP
Publicado em 15/08/2016 às 21:59
Murer chega aos Jogos Rio 2016 como a atleta com o segundo melhor tempo da temporada, atrás somente da americana Sandi Morris Foto: Foto: AFP


Atualizada à 0h09

O salto com vara feminino nos Jogos Olímpicos Rio-2016, que terá a classificatória na terça-feira e a final na sexta-feira, é a prova do atletismo que mais vai atrair atenção no Brasil por conta da presença de Fabiana Murer.

Thiago Braz leva ouro no salto com vara com voo de 6,03 m

Aos 35 anos, a paulista de Campinas disputa a Olimpíada em casa. Campeã mundial em Daegu-2011 e vice em Pequim-2015, uma medalha olímpica é o que falta em sua carreira e ela se preparou para a que é a sua última oportunidade.

Nos Jogos de Londres-2012, surpreendeu ao ser eliminada nas classificatórias, com um salto de apenas 4,50 metros, quando sua melhor marca de então era de 4,85. Naquele dia, o vento forte a atrapalhou muito, revelou depois.

Quatro anos antes, nos Jogos de Pequim-2008, ficou em décimo lugar na final, depois que uma de suas varas sumiu durante a competição.

"As duas Olimpíadas me serviram de experiência. Foram competições ruins para mim. Sempre cheguei com possibilidade de medalha, mas não é fácil. O atletismo é muito difícil e competitivo. Foram coisas que eu passei e que me fortaleceram", afirma Murer.

A atleta chega aos Jogos em casa depois de ter conseguido sua melhor marca pessoal há um mês e meio, quando saltou 4,87 metros no Troféu Brasil de Atletismo, embora quatro meses antes tenha ficado em sexto lugar no Mundial Indoor de Portland, nos Estados Unidos.

Os 4,87 metros colocam Murer como a atleta com a segunda melhor marca da temporada, superada apenas pela americana Sandi Morris (4,93 m). Com esse registro, ela ultrapassou em dois centímetros seu recorde sul-americano na especialidade, que havia alcançado em 2010.

Durante a etapa de Mônaco da Liga Diamante, em julho passado, Murer sentiu uma dor muito forte, e semanas depois foi diagnosticada com uma hérnia de disco cervical.

"Meu médico me tranquilizou e disse que eu tinha tempo para chegar bem aos Jogos. Recebi um tratamento intenso de fisioterapia e treinei bem. Quero chegar aos Jogos 100%", disse.

Rivais de Murer

Outra latino-americana com chance de medalha é a cubana Yarisley Silva, campeã do mundo no ano passado em Pequim e bronze dois anos antes em Moscou, além de prata nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, e que este ano conseguiu a quarta melhor marca da temporada (4,84 m).

Uma das favoritas do salto com vara, Yelena Isinbayeva, não participará da competição, por ter sido excluída dos Jogos ao lado de outros atletas russos pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) devido às investigações que revelaram um sistema de doping no seu país.

Uma das principais rivais da brasileira e da cubana será a americana Sandi Morris, de 24 anos, que ficou em quarto lugar em Pequim-2015 e segundo este ano no Mundial em Pista Coberta de Portland.

A terceira melhor marca da temporada é a da grega Ekaterini Stefanidi (4,86), campeã europeia, que levou o bronze este ano em Portland e que ganhou quatro etapas da Liga de Diamante em 2016.

Outra rival dura será a veterana americana Jennifer Suhr, de 34 anos, medalha de prata nos Jogos de Pequim-2008 e de ouro em Londres-2012, além de segunda colocada no Mundial de Moscou-2013. Nesta temporada, ela conquistou ouro em Portland e detém a quinta melhor marca do ano (4,82).

Mas Murer confia que competir em casa e receber o apoio do público vai ajudá-la a conquistar o sonho olímpico.

"Tenho mais experiência. Encaro as competições com mais tranquilidade e o fator de estar em casa pode me ajudar. Gosto de competir no Engenhão", afirma a brasileira.

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