Em uma prova com características atípicas, a maratona aquática masculina teve um final imprevisível até o último momento, na manhã de nesta terça-feira (16), em Copacabana. A definição da medalha de ouro foi repleta de suspense, após dois nadadores cruzarem a linha de chegada exatamente com o mesmo tempo de 1h52min59s8.
Por ter tocado a mão primeiro no pórtico de chegada, que fica centímetros acima da linha final, critério usado para o desempate, o campeão acabou sendo o holandês Ferry Weertman.
A prata ficou com o grego Spiros Gianniotis e o bronze foi para o francês Marc-Antoine Olivier. Apesar de ter cruzado a linha de chegada em 18º, o brasileiro Allan do Carmo fez um bom tempo, apenas 16,6 segundos atrás do líder, com 1h53min16s4.
Os tempos apertados ilustram a característica incomum que teve a prova olímpica, por culpa do australiano Jarrod Poort, que em uma estratégia kamikaze resolveu abrir vantagem logo nos metros iniciais e se manteve na liderança até os metros finais. Normalmente, um pelotão de liderança segue junto por toda a maratona, com o vencedor se destacando somente ao final.
O cansaço de ter nadado sozinho e em ritmo mais forte por quase toda a extensão da prova de 10 mil metros acabou pesando sobre o australiano, que foi alcançado por um pelotão de 20 nadadores que disputaram braçada por braçada até a linha de chegada. Poort acabou somente na 21ª colocação entre 25 competidores.
No campeonato mundial de 2015, o baiano Allan do Carmo, de 27 anos, ficou em nono lugar na mesma prova. Nos Jogos Olímpicos, desde Pequim, em 2008, a maratona aquática foi disputada pela primeira vez como um evento esportivo independente na Olimpíada. Antes, a modalidade era classificada como uma categoria da natação.