Um dos principais responsáveis pelo ressurgimento coral, o vice-presidente Constantino Júnior recebeu o JC no gramado do Arruda, local onde enfileirou conquistas. Lá, falou de tudo: do seu início como diretor no Santa, do inédito título do Nordestão e muito mais.
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Na verdade, a gente terminou o ano já quebrando a cabeça em 2010. Sem querer colocar a culpa em A ou em B, mas a conta um dia chega. Bateram muito o telefone na nossa cara. O Santa Cruz estava com dificuldade, numa Série D. E isso assustava. A gente apresentou um grande número de jogadores, alguns abraçaram, encontraram nesse projeto uma chance de renascimento. Foi um belo casamento. Com uma folha abaixo de R$ 140 mil, vencemos o Estadual.
Tivemos vários momentos marcantes (Série D de 2011). A gente teve aquele jogo lá em Coruripe. Aquele 3x3 com o Treze. Eu me lembro até que no momento do terceiro gol, o então presidente do Treze, Fábio, mandou um beijo, dando adeus. Depois do empate eu disse que a gente conversava lá em Recife. Esses momentos marcantes estão na nossa história e ninguém vai apagar.
Muitos diziam: “Ah, o raio caiu uma vez, então isso não vai se repetir”. Sport e Náutico com muito mais poderio financeiro e a gente foi correndo por fora. A gente foi muito provocado, até pelo treinador do Sport (Mazola Júnior), que falou que todo jogador tinha o sonho de jogar no Sport. Poucos acreditavam, mas conseguimos conquistar o bicampeonato. O time estava bem encaixado.
Marcelo Martelotte, pelo relatório que tinha recebido, não ia permanecer com o Flávio (para a temporada 2013). E eu estava até na sala da presidência, e Flávio, que mora perto do Arruda, foi lá conversar comigo. “Tininho, sabe dizer se é verdade que eu não vou ficar, tal?”. Eu falei: “O treinador está aí. Se você quer mesmo ficar, se tem confiança no seu potencial, vai na sala do treinador, mostra essa verdade que você está mostrando pra mim. Ele (Flávio-Caça Rato) conseguiu convencer Marcelo e realmente fez um ano importante, foi muito decisivo, tanto no Pernambucano quanto no Brasileiro (fez gol na final do tricampeonato e no jogo do acesso para a Série B).
Talvez o ano (2014) que a gente tenha começado mais equilibrado. No Pernambucano, saímos nos pênaltis (Sport). Mas acho que um grande fato marcante negativamente foi aquela situação da privada (morte do torcedor do Sport, Paulo Ricardo, que foi atingido por uma privada arremessada por três tricolores, no jogo Santa x Paraná). O Santa Cruz pagou muito. Diminuiu muito o número de torcedores no estádio. Então foi um fato decisivo. Ainda assim a gente conseguiu, durante a Série B, chegar a beirar o G-4. Mas também tivemos algumas dificuldades financeiras.
Fiquei bem desconfiado (encarar o Salgueiro na final de 2015). Mas trabalhamos duro e vencemos mais uma.
A chegada de Grafite foi importante demais. Os adversários passaram a temer mais o Santa. Foi de fundamental importância para nossa subida (para a Série A).
Deixaram a gente seguir na competição, então... a gente suou muito, trabalhou muito e todas as conquistas foram realmente frutos desse trabalho.