Já rebaixado na Série A, o Santa Cruz se unirá na última rodada do Brasileirão por um último objetivo: fazer Grafite ser o artilheiro da competição. Com os dois gols do último domingo (27), na goleada por 5x1 sobre o Grêmio, pela 37ª rodada, o experiente atacante chegou aos 13 gols no campeonato, um a menos que Fred, do Atlético-MG, atual artilheiro do torneio.
Na história, o Santa Cruz teve uma vez o maior goleador da Série A. Em 1973, o Tricolor do Arruda ficou na 16ª posição e o atacante Ramón, cria da base coral, foi o artilheiro do torneio com 21 gols. Na extinta Taça Brasil, que antecedeu o Brasileirão, Pernambuco ainda teve o alvirrubro Bita, na edição de 1966, como artilheiro junto com Toninho Guerreiro (Santos), ambos com 10 gols.
Com 37 anos, Grafite teve uma temporada iluminada pelo Santa Cruz. Além dos títulos do Campeonato Pernambucano e da inédita Copa do Nordeste, em 56 partidas com a camisa coral, foram 24 gols. Hoje, o experiente atacante é o segundo maior artilheiro da temporada no Brasil, atrás apenas de Robinho, que tem um gol a mais no Atlético-MG.
“É um alento e uma motivação a mais (a disputa pela artilharia). Vou tentar mais gols para quem sabe ser artilheiro. Nunca fui artilheiro do Brasileirão. Talvez seja alento para mim para terminar o campeonato de uma maneira melhor. Fico feliz com o reconhecimento dos torcedores”, afirmou o atacante.
No Brasileirão, porém, nem tudo foram sempre flores para Grafite. Com a queda da equipe na tabela, que chegou a ser líder e agora encerrará a competição na vice-lanterna, o atacante ficou 12 partidas sem balançar as redes adversárias.
“Sempre procurei fazer as coisas da melhor maneira possível. Meu pai me ensinou a ser profissional e ser do bem. Sempre vou desejar o bem de volta. As críticas vão existir e são normais. As pessoas sempre vão esperar mais de mim. Sei que faltou um pouco, mas sempre procurei ajudar”, explicou o jogador do Tricolor do Arruda
Para o camisa 23, os maus resultados afastaram a torcida, que sempre fez a diferença nas arquibancadas. Mesmo assim, acredita que o Tricolor do Arruda pode voltar para a elite em 2018. “A gente sempre falou que o torcedor é nosso 12º jogador. Infelizmente não houve essa união pelos resultados. Mas o torcedor viu que, independentemente da situação do clube, nós e os funcionários sempre viemos trabalhar com sorriso no rosto. Basta profissionalismo para o Santa Cruz voltar (para a Série A)”, ressaltou.
Com contrato até dezembro de 2017, o experiente goleador pretende ficar no Arruda na próxima temporada. Mesmo com todos os problemas financeiros. Hoje, o clube deve três meses de salários para os jogadores e quase um semestre para os funcionários do administrativo. “Espero continuar aqui e fazer um bom trabalho”, finalizou Grafite.
Artilharia da Série A
14 gols - Fred (Atlético-MG)
13 gols - Grafite (Santa Cruz), Diego Souza (Sport) e William Pottker (Ponte Preta)
12 gols - Robinho (Atlético-MG), Sassá (Botafogo) e Gabriel Jesus (Palmeiras)
11 gols - Marinho (Vitória)
10 gols - Keno (Santa Cruz), Bruno Rangel (Chapecoense), Vítor Bueno, Copete e Ricardo Oliveira (Santos)
Artilharia do ano no Brasil
25 gols - Robinho (Atlético-MG)
24 gols - Grafite (Santa Cruz)
23 gols - Anselmo (Fortaleza), Bruno Rangel (Chapecoense), Fred (Fluminense/Atlético-MG), Kléber (Coritiba)
22 gols - Rodrigão (Campinense/Santos) e Roger (RB Brasil/Ponte Preta)
Maiores goleadores no Brasileirão atuando em Pernambuco
Taça Brasil de 1966 - Bita (10 gols, Náutico)
Série A de 1973 - Ramón (21 gols, Santa Cruz)