Déjà vu: Santa Cruz repete roteiro sombrio de 2016

Campanhas ruins nas Séries A e B têm muitas semelhanças
Diego Toscano
Publicado em 31/10/2017 às 10:39
Campanhas ruins nas Séries A e B têm muitas semelhanças Foto: Guga Matos/JC Imagem


Déjà vu. No dicionário, locução francesa que significa “já visto”. Forte sensação de já ter presenciado ou vivido algo. Pelas bandas do Arruda, o ano de 2017 parece repetir a temporada 2016 no Campeonato Brasileiro. E é verdade. As campanhas do Santa Cruz na Série A do ano passado e na atual Segundona são praticamente espelhadas. Do G-4 pra zona de rebaixamento nas duas edições, a Cobra Coral repete um roteiro fantasmagórico nos torneios nacionais. E pode reviver o terror dos rebaixamentos seguidos da década passada.

Em 2016, o Santa Cruz começou de forma arrasadora na Série A. Após os títulos do Pernambucano e da Copa do Nordeste, chegou até a ser líder da competição. Mas a queda foi vertiginosa. Sofrendo com problemas financeiros, despencou na tabela e foi rebaixado com três rodadas de antecedência. Na atual temporada, o mesmo roteiro. Com o técnico Vinícius Eutrópio, o tricolor chegou a figurar no G-4 da Série B por algumas rodadas. Hoje, está afundado na zona de rebaixamento da Segundona, na 18ª posição e a seis pontos do CRB, o último fora do Z-4.

As campanhas são tão parecidas que até o momento de maior crise tem o mesmo ponto de partida e extensões praticamente iguais. No ano passado, entre a 16ª e a 33ª rodada, apenas uma vitória. Nesta temporada, entre a 16ª e a 32ª rodada, também só um triunfo. Em 2016, a única vez que a equipe saiu com três pontos no período foi no dia 14 de setembro, contra o Atlético-PR, no Arruda. No mesmo local e um ano e um dia depois, o tricolor bateu o Goiás na Série B e conquistou sua única vitória nos últimos 17 duelos.

Outra semelhança está na parte financeira. No ano passado, a equipe terminou o ano devendo quase quatro meses de salários para os jogadores. Com isso, teve que reformular toda a equipe para 2017, já que apenas três atletas (Tiago Costa, Vítor e Roberto) aceitaram renovar seus contratos. Neste ano, novamente, os atrasos salariais apareceram. Hoje, a equipe deve três vencimentos a boa parte do plantel.

NÃO DESISTIR

Para o atual elenco, resta lutar para evitar a queda e repetir o desfecho da última temporada. “A gente não pode desistir. Enquanto tivermos chances, vamos buscar. A gente sabe que é muito difícil e não escondemos de ninguém. Não conseguimos ter uma sequencia de quatro ou cinco vitórias na competição inteira. Agora, é a hora de pensar no jogo a jogo. Vencer a primeira e depois pensar nos outros jogos”, afirmou o atacante Ricardo Bueno.

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