Depois de sete meses na reserva do Santa Cruz, o goleiro Ricardo Ernesto assumiu a titularidade. O momento decisivo requer uma possibilidade maior. Em entrevista exclusiva ao repórter do Jornal do Commercio, Davi Saboya, o arqueiro falou sobre a saída do banco, liderança, críticas, pênaltis no mata-mata e inspiração em Tiago Cardoso.
TITULARIDADE
Costumo dizer que nenhum jogador assina contrato para ser titular ou reserva. Sempre busquei o meu espaço desde que cheguei ao Santa Cruz sempre respeitando os meus colegas. O Tiago (Machowski) desempenhou o melhor em campo, sempre reconheci, e passei a trabalhar cada vez mais. Não desanimei em momento algum, pois sei que goleiro precisa está pronto. Tive a chance de jogar no sub-23 para poder pegar ritmo de jogo. Isso também me credenciou a ser titular agora.
MACHOWSKI
Não conversamos antes do jogo até porque a notícia foi próxima da partida. Depois do aquecimento, ele (Tiago Machowski) desejou sorte, como sempre fiz também, e depois da partida recebi o apoio dele. Acredito que isso faz bem para o grupo.
CRÍTICA
Esse é um dos fatores que credenciam os goleiros mais experientes. Só conseguimos essa maturidade com o passar dos anos. É uma posição bastante ingrata. Você é muito aplaudido e criticado rapidamente. Aprendi com o passar das temporadas e agora sei filtrar. Não me deixo levar pelos elogios, sou ser humano e posso falhar. Quando criticam também não abaixo a cabeça. Já dei voltas por cima e a nossa vida é feita de altos e baixos.
LIDERANÇA
Venho de um berço onde não tive condições financeiras, mas recebi o mais importante: educação. Meu pai me ensinou que onde você chega deve dar bom dia, boa tarde e boa noite. Acredito que o porteiro deve ter a mesma importância do presidente como pessoa. Fico feliz que consigo passar essa imagem no vestiário e fora do clube. Experiente, posso mostrar que a vida no futebol não é só feita de ganhos e que o mais importante é conseguir passar pelos momentos difíceis. Ainda bem, que depois dos tropeços, consegui erguer o grupo com algumas palavras.
ELENCO
É um grupo guerreiro. Pegamos essa herança dos rebaixamos seguidos e não é fácil começar do zero em um clube do tamanho do Santa Cruz com muita pressão, torcida exigente, e com razão, pois é um clube com muitas vitórias e conquistas. Mesmo assim, conseguimos nos sobressair em alguns jogos e estamos na reta final da primeira fase da Série C com boas chances de classificação. Isso me faz pensar que é um grupo vencedor e mesmo com as críticas não se abateu.
PÊNALTIS
Acho que primeiro vem o trabalho e depois intuição. Todos os pênaltis que peguei estava iluminado naquele momento e também um estalo do caminho que deve seguir. Sou um cara que peço muito a Deus sabedoria para esses momentos e acredito que ele pode me iluminar. Preciso de um pouco de tranquilidade, paciência e calma, acredito que isso ajuda. Espero que, classificando para o mata-mata, não seja necessário disputarmos os pênaltis.
RENOVAÇÃO
Penso em continuar jogando no Arruda contra as melhores equipes. Tenho em mente fazer uma grande história aqui no Santa. Espero ter o mesmo sucesso que o Tiago Cardoso e escrever o meu nome na história. Me espelho muito nele, que construiu uma história maravilhosa. Sempre ouvi falar bem dele como pessoa e profissional. São nesses atletas que me inspiro.