Misto de confiança e receio para Santa Cruz e Náutico

Faltando apenas 90 minutos para Náutico e Santa Cruz confirmarem ou não o acesso para a Série B, os torcedores das duas equipes se dividem entre o otimismo e a confiança para as decisões de domingo. Se no lado tricolor há o misto de confiança e cautela após a vitória no primeiro duelo, no alvirrubro existe desconfiança e esperança depois da derrota por 3x1. Tais sentimentos ficarão na cabeça do torcedor até o dia da volta dos respectivos confrontos, quando será o momento de saber quem sobe e quem seguirá na Série C.

Vencedor do duelo contra o Operário no Arruda por 1x0, a Cobra Coral tem na sua defesa um dos motivos mais fortes para a torcida acreditar. O time tricolor sofreu apenas 13 gols na Série C e tem a melhor defesa da competição. Somado a isso, desde que o goleiro Ricardo Ernesto ganhou uma sequência como titular do time - na goleada contra o Confiança por 4x0 - o Santa Cruz não sofreu gols, em um total de quatro jogos.

O bom retrospecto do time fora de casa na Série C e o desempenho positivo do técnico Roberto Fernandes no ano são outras duas razões para acreditar no acesso. Na Terceirona, foram nove jogos fora de casa e a equipe coral só perdeu dois. Ou seja, obteve sete resultados que lhe dariam a classificação. No banco de reservas, o Tricolor também tem um aliado. Desde que Roberto Fernandes assumiu o comando, em 13 jogos, o time venceu seis vezes, empatou quatro e perdeu três.

Em contrapartida, também existem motivos para desconfiar. Um dos mais emblemáticos é o saldo negativo do time em decisões no ano. O Santa Cruz não venceu nenhum mata-mata na temporada, foram três jogos classificatórios, por Pernambucano, Nordestão e Copa do Brasil, sem nenhum sucesso. Outra razão para ficar com um pé atrás é a vantagem mínima adquirida, que garantiu ao time a possibilidade de empatar. No melhor dos cenários leva a decisão para os pênaltis em caso de derrota (por um gol de diferença. E quando se trata de jogar em Ponta Grossa, o Operário sabe fazer valer o mando de campo. O time não perdeu um jogo sequer no Paraná, foram seis vitórias e três empates.

No Náutico, a desvantagem de dois gols para reverter no jogo de volta já é um fator nada animador. Somado a isso, o bom desempenho do sistema defensivo do Bragantino é um obstáculo a mais. O time de Bragança Paulista tem a terceira melhor defesa do campeonato, com 17 gols sofridos.

Outra estatística contrária é o retrospecto dos jogos de mata-mata da Série C. Desde 2013, quando o campeonato é realizado sob o formato atual, apenas dois times conseguiram reverter um resultado negativo do primeiro jogo do mata-mata. O Vila Nova, em 2013, e o Guarani, há dois anos.

Apesar dos pontos para duvidar da classificação, também existem motivos para o torcedor alvirrubro acreditar. O bom desempenho do ataque do Náutico e o retrospecto positivo do time na Arena de Pernambuco, permitem sonhar. Durante a fase de grupos, o Timbu marcou 26 gols e teve o melhor ataque do Grupo A. Jogando na Arena, em 23 jogos na temporada, o Náutico perdeu apenas um jogo, venceu 19 e empatou três.

Por fim, os torcedores alvirrubros ainda podem se apegar à mística da força e da raça que, além de estar presente no hino do clube, também está viva no time. Os jogadores estão provando nos jogos nunca desistir de um resultado, marcando gols até nos minutos finais dos jogos, como foi contra Globo e Juazeirense na fase de grupos.