O Santa Cruz chega com uma base pronta da equipe titular para a Série C do Campeonato Brasileiro. Ao contrário do ano passado, conseguiu uma melhor campanha no primeiro semestre e conquistou novas referências no elenco. A competição desde o começo da temporada é tratada como prioridade no Arruda. O próprio técnico Leston Júnior começou 2019 dizendo que, além da briga pelo título, o desempenho na Copa do Brasil, Copa do Nordeste e Estadual serviria de base para a busca pelo acesso à Segundona. Até o momento, nas 25 partidas realizadas no ano, o time mostrou certezas e carências. A principal deficiência gira em torno da camisa 10.
Os trabalhos começaram na Cobra Coral com sete jogadores remanescentes de 2018: o goleiro Ricardo Ernesto, o zagueiro Danny Morais, os volantes Charles e Eduardo, o meia Hericlis e os atacantes Pipico e Augusto. Além deles, oito garotos das categorias de base foram promovidos. As contratações chegaram desde o primeiro dia da pré-temporada e foram até os primeiros duelos. Na primeira remessa, novidades em todas as posições.
No total, 15 reforços. Foram eles: o goleiro Anderson, os laterais-direitos Marcos Martins e Cesinha, os laterais-esquerdos Bruno Ré e Raphael Soares, os zagueiros Vitão e William, os volantes Lorenzi e Lucas Gonçalves, os meias Allan Dias, Luiz Felipe e Patrick Vieira, e os atacantes Neto Costa, Jô e Guilherme Queiroz. Ao mesmo tempo, quatro jogadores foram negociados: o goleiro Lucas Silva para o Vitória do Santo Antão por empréstimo, assim como o lateral-esquerdo David junto ao Afogados da Ingazeira. O meia Geovani também foi cedido para o Saganihara, da 3ª divisão do Japão, e o zagueiro Eduardo Brito comprado pelo Bangu pelo valor de R$ 260 mil.
Com o decorrer das competições, o Santa Cruz foi ganhando uma cara sob o comando de Leston Júnior e as novas peças se consolidando com a camisa coral. As principais: o goleiro Anderson e o lateral-direito Marcos Martins. O arqueiro chegou ao clube coral por empréstimo junto ao Palmeiras para a primeira oportunidade em uma equipe profissional. Cria da base do alviverde paulista, aos 21 anos, recebeu a difícil missão de defender a meta tricolor após o titular Ricardo Ernesto sofrer uma grave contusão muscular na coxa. Já o camisa dois se destacou pela qualidade no passe e assistências, que até o total somam seis.
Especialmente para um jogador do elenco coral, o ano começou no mesmo ritmo do passado. O atacante e artilheiro Pipico. Depois de desembarcar no Recife durante a reta final da última Série C, marcar seis gols em nove jogos, ele manteve o embalo, e inclusive, atingiu a mesma média. No ano de 2019, foram 16 duelos e nove tentos.
O bom início de ano diante de uma longa sequência de confrontos não impediu um tropeço. No Pernambucano, o Santa Cruz parou nas quartas de final diante do Afogados dentro de casa. Por outro lado, continua vivo nas semifinais da Copa do Nordeste e ultrapassou a expectativa quando chegou na quarta fase da Copa do Brasil, sendo eliminado pelo Fluminense. Esse último torneio gerou a estabilidade financeira do Tricolor do Arruda, que mesmo sofrendo os cortes de encargos, pagamentos de empréstimos e bloqueios judiciais, conseguiu arrecadar uma grande quantia com as cotas das fases. Cada etapa do Nordestão já rendeu quase R$ 600 mil bruto.
Quatro reforços chegaram após o fracasso do Pernambucano e mais dois meias devem ser contratados para se juntarem ao goleiro Renan, o lateral-esquerdo Carlos Renato, o zagueiro Willian Alves e o atacante Dudu. Esses três últimos viraram titulares absolutos. Após a Copa do Nordeste, cerca de quatro jogadores devem deixar de vestir a camisa coral e seguir o mesmo caminho do lateral-esquerdo Raphael Soares, que não estava sendo aproveitado e pediu desligamento.