Pelo terceiro ano seguido, o Sport luta contra o rebaixamento no Brasileirão. Pela segunda vez consecutiva, o Leão repete roteiro amargo, da euforia à desilusão. Em 2017 e 2018, início meteórico na Série A, chegando até a figurar entre os times que lutam pela Libertadores. Depois, o “agosto do desgosto” chega, o jejum passa de 10 rodadas e o clube rubro-negro despenca na tabela. No ano passado, a equipe escapou com arrancada na reta final. Na atual temporada, o risco de queda chega até a 92%.
No ano passado, o Brasileirão começou como terminou em 2016: no sofrimento. Na estreia, goleada por 4x0 sofrida ante a Ponte Preta em Campinas. Mas não passou de um susto: com a saída do técnico Ney Franco, logo após a segunda rodada, o treinador Vanderlei Luxemburgo assumiu e o time engrenou. Com seis vitórias em oito jogos, o ‘projeto’ alcançou seu ponto máximo: a quinta colocação, na zona da pré-Libertadores.
Mas aí, o tradicional ‘agosto do desgosto’ leonino chegou. Em 2017, acompanhado também de mais dois meses de jejum. Entre o oitavo e o décimo mês foram 14 jogos e só um triunfo, ante o Vitória em Salvador. Do quinto lugar em julho, o Sport chegou até a 18ª posição na tabela. Foi o fim da Era Vanderlei Luxemburgo, demitido após eliminação contra o Júnior Barranquilla, pelas quartas de final da Sul-Americana, no final de outubro.
A situação desesperadora só teve fim nas últimas três rodadas do Brasileirão, com uma improvável arrancada do clube rubro-negro. Novamente com o auxiliar Daniel Paulista, que já tinha salvado a equipe no ano anterior, foram três vitórias em sequência, incluindo triunfos ante o Fluminense longe de casa e contra o campeão Corinthians na Ilha do Retiro. O Sport terminou na 15ª posição.
Na edição atual do Brasileirão, o Sport chegou desacreditado. Após eliminação precoce nas semifinais do Pernambucano, o técnico Nelsinho Baptista chegou pressionado na Série A. E não demorou muito: após duas rodadas, deixou o clube. Quando se esperava que o Leão fosse mergulhar na zona de rebaixamento, o treinador Claudinei Oliveira chegou e surpreendeu. Com apenas uma derrota em oito jogos, colocou o Leão na vice-liderança da competição nacional na 10ª rodada.
A parada para Copa do Mundo, porém, atrapalhou o Sport. O agosto sofrido começou no meio de julho e ainda não terminou. Nos últimos dois meses, só uma vitória em 12 jogos. Hoje, a equipe ocupa a vice-lanterna da Série A. Tem mais 13 partidas para reagir na competição. Repetir o roteiro das últimas duas temporadas e escapar da degola, no final das contas, nem de longe decepcionaria a torcida.
“Acho que se criou uma expectativa muito grande até a parada da Copa. Pontuamos bastante e fizemos jogos que muitas pessoas não esperavam. Depois, demos uma baixada grande, e ficar 11 ou 12 jogos sem vencer é complicado. Por isso, acabamos caindo bastante na tabela. Mas sabemos que temos condições de recuperar. O jogo contra o Corinthians já mostrou isso. Poderíamos ter saído com pontos de lá. Isso traz uma expectativa boa pros próximos jogos”, afirmou o zagueiro Léo Ortiz.
Em 2016, apesar da luta também ter sido contra o rebaixamento, a equipe não teve uma boa arrancada no início da competição. Pelo contrário: começou muito mal, ficando no Z-4 em 14 das primeiras 16 rodadas. Na ocasião, não ficou entre os 10 primeiros durante todo o campeonato. Porém, sofreu menos que nos últimos dois anos. Do segundo turno em diante, não ficou mais na zona da degola, terminando na 14º posição.