O gol do Sport contra o Retrô, na noite desta terça-feira (4), pela quarta rodada do Campeonato Pernambucano, ainda está rendendo fora de campo. O resultado do jogo correu o risco de não ser validado, já que o árbitro José Woshington mudou de decisão, validando o gol marcado por Hernane Brocador, após a partida já ter sido reiniciada. No entanto, tanto o Sport, quanto o Retrô não demonstraram interesse em anular o placar do jogo. A Comissão Estadual de Arbitragem de Pernambuco (Ceaf-PE) decidiu não se posicionar sobre o assunto, mas a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) deverá reavaliar o trio de arbitragem.
O presidente do TJD-PE, Delmiro Campos, confirmou que o órgão não recebeu nenhum requerimento para anular a partida. "Até ontem ao final do expediente, nenhum protocolo ou pedido de impugnação da partida foi apresentado ao STJD. Podem pedir a representação todas as partes que disputaram a partida, no caso os clubes envolvidos, ou as pessoas que tenham interesse comprovado no resultado", destacou o presidente.
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O LANCE
O Sport teve uma falta na intermediária ofensiva. Ao ser autorizado, inicia uma jogada ensaiada da equipe rubro-negra onde Rithely acha Pardal livre dentro da área e o prata da casa cruza para Hernane Brocador. O bandeirinha marca impedimento no lance e a equipe do Retrô logo cobra a falta. O lance segue e a equipe da Fênix chega a finalizar o ataque, que logo depois é interrompido pelo árbitro central. José Woshington volta para conversar com o bandeira sobre o lance e assinala o gol do Sport.
ESPECIALISTA
Em entrevista para a Rádio Jornal, o ex-árbitro de futebol, Wilson Souza, detalha o tipo de erro cometido pelo árbitro e qual pode ser a consequência da decisão tomada.
“No Brasil existe o erro de fato e direito. O erro de fato é por exemplo quando a bola entra por fora e isso não dá direito a uma contestação por parte da equipe ou qualquer outra ação junto a justiça desportiva. O erro de direito é um erro da não aplicação correta da regra do jogo que foi o que ocorreu ontem. A regra determina que depois do jogo ter sido reiniciado, o árbitro não pode voltar atrás na decisão anterior. Quando ocorreu a decisão dele de considerar o impedimento e não o gol, ele não poderia voltar atrás. O que pode levar a uma contestação de uma equipe junto a justiça desportiva e a partida ser anulada”, explicou.
SEM ANULAÇÃO
Também em entrevista a reportagem da Rádio Jornal, o diretor de futebol do Retrô, Gustavo Jordão, acredita que a pressão vinda do banco do Sport levou a arbitragem a voltar atrás na decisão.
“Pela entrevista da Rádio Jornal com Guto, o bandeira foi influenciado pela pressão do banco do Sport. Porque na própria coletiva de Guto onde ele diz ‘fomos no bandeirinha e mostramos a ele’. Acho que ele se deixou levar pela pressão. Mas entendemos que o gol foi legítimo e entendemos o posicionamento de Guto na pressão”, disse o dirigente que completou dizendo que não vai buscar a anulação da partida.
“Não temos intenção nenhuma de anular a partida, até porque entendemos que o gol foi legítimo e o resultado foi justo. Viemos para o futebol para ajudar. O erros vão acontecer, muito pelo processo de renovação da arbitragem e precisamos estar juntos nesta mudança”, completou.