Durante muito tempo, Pernambuco foi referência no desporto paralímpico, revelando recordistas e campeões mundiais como Rosinha dos Santos, Ivanildo Vasconcelos e Suely Guimarães. Os três ainda competem, mas sofrem com a falta de apoio às modalidades. Mesmo assim, o Estado pode subir ao pódio algumas vezes em Londres. Serão cinco competidores, três deles com boas chances.
Cotado nas provas dos 100m e 200m livres (categoria S10, a de menor deficiência motora na natação), Phelipe Andrews espera superar os resultados obtidos em Pequim 2008, sua primeira Paralimpíada. “Quero superar minhas duas pratas em Pequim. Minha preparação foi bastante difícil. Abri mão de muitas coisas, tranquei a faculdade, dobrei a carga de treinos nos últimos seis meses”, comentou o nadador, que se prepara para disputar três provas individuais e dois revezamentos.
Nascido com um dos pés tortos, Phelipe precisou passar por diversas cirurgias corretivas, ainda na infância. Como ficou quase um ano com gesso em uma das pernas, teve atrofia muscular. A natação foi o esporte que adotou. E que mudou a sua vida. Morou ainda em João Pessoa, antes de ser convidado para defender o Botafogo, do Rio de Janeiro, por meio do Projeto Superar. Lá tem casa, alimentação, toda infraestrutura de apoio e ainda ganhou bolsa numa universidade. “Só me preocupo com os treinos”, destaca.
Outra pernambucana que pode ir ao pódio é Jenifer Martins, corredora dos 100m e 200m, categoria T37 (paralisia cerebral leve). “A expectativa é de medalha. Ela bateu na trave duas vezes. Agora chegou a hora”, destaca o técnico Abraão Nascimento, referindo-se às quartas colocações em Pequim e no Mundial da Nova Zelândia. “No Mundial, ela até quebrou o recorde mundial, mas as três primeiras colocadas também quebraram”, acrescentou.
Quem também é cotado à medalha é o petrolinense Francisco Nonato, titular da equipe de futebol de 5, para deficientes visuais. O Brasil é atual campeão paralímpico e mundial.A última representante do Estado é Natália Mayara, de 18 anos, número 1 do País no tênis em cadeira de rodas. Apesar de morar em Brasília, por conta do tratamento após ter perdido as duas pernas ao ser atropelada, ela mantém as raízes no Recife. “Sempre passo minhas férias na cidade”, conta. Por conta da falta de experiência, ela não é cotada a medalhas.