ONG, médicos e governo fazem mutirão de cirurgias gratuitas para correção da fenda labial

A iniciativa é da organização não governamental Operação Sorriso do Brasil
Agência Brasil
Publicado em 09/08/2011 às 8:14
Foto: Foto: Edmar Melo/JC Imagem


RIO DE JANEIRO – O Centro de Tratamento de Anomalias Craniofaciais, no Rio de Janeiro, recebe até esta terça-feira (9) inscrições dos interessados na seleção para cirurgia corretiva de fissura labial.

Serão selecionados cerca de 120 pacientes, entre bebês e adultos, para cirurgias gratuitas, que serão realizadas de 12 a 16 de agosto no Hospital Universitário Pedro Ernesto, na zona norte do Rio. A iniciativa é da organização não governamental Operação Sorriso do Brasil, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

O diretor executivo da Operação Sorriso, Clóvis Brito, ressaltou que as cirurgias, que duram em média 45 minutos, são feitas com material de alto padrão e que a iniciativa acolhe os pacientes e seus parentes. O objetivo é colaborar para diminuir as consequências dessa deformidade que é bastante comum no país.

“O diferencial é a capacidade de mobilizar tanto o Poder Público quanto o setor privado em prol de crianças portadoras de deformidades. A fissura labiopalatina é a deformidade craniofacial mais comum que há e tem incidência maior do que a síndrome de Down e o câncer infantil. Então, isso é um problema sério de saúde pública e existem milhares de crianças à espera de tratamento em nosso país. Mais do que falar em devolver o sorriso dessas crianças, estamos falando em devolver a dignidade”, disse Brito.

O projeto das cirurgias gratuitas conta com 80 profissionais, entre cirurgiões plásticos, ortodontistas, pediatras, fonoaudiólogos, anestesistas, geneticistas, enfermeiros e não médicos. Além da cirurgia corretiva, a ONG acompanha o tratamento pós-operatório dos pacientes e arca com os gastos de hospedagem, transporte e alimentação para pacientes e parentes que moram fora do município do Rio.

As pessoas inscritas no projeto que não forem contempladas neste ano serão avaliadas e ficarão cadastradas para tratamentos oferecidos pela Operação Sorriso e pela rede hospitalar no estado, no Centro de Tratamento de Anomalias Craniofaciais, na Universidade Federal do Rio, no Hospital Municipal Nossa Senhora Loreto e no Hospital Jesus.

A fenda labiopalatina é uma abertura no lábio superior da boca que pode chegar ao palato, o céu da boca. A causa da fissura está relacionada a um problema congênito no início do desenvolvimento embrionário. Essa fenda pode acarretar diferentes problemas na vida infantil, como a diminuição da autoestima, infecções crônicas, dificuldades para desenvolver a fala e a dentição. Como consequência desses problemas, a evasão escolar também é comum entre as crianças que têm a deformidade.

Os profissionais da área da saúde interessados em fazer trabalho voluntário na ONG podem se inscrever pelo site www.operacaosorriso.org.br.

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