BRASÍLIA – Uma pesquisa do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e da Fundação Cultural Palmares identificou e mapeou 4 mil casas de terreiro em quatro regiões metropolitanas do País, com dados socioeconômicos das comunidades e informações sobre as atividades comunitárias e a infraestrutura desses espaços.
O levantamento, divulgado nesta terça-feira (8) durante a 4ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, em Salvador (BA), traz informações detalhadas sobre terreiros de Porto Alegre, Recife, Belém e Belo Horizonte. O banco de dados foi organizado pela organização não governamental Associação Fundo de Quintal, escolhida por licitação.
A pesquisa revela que a maioria das lideranças dos terreiros avaliados é parda ou preta, 70% do total. Também são maioria as mulheres com baixa escolaridade e renda mensal de até dois salários mínimos.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, a pesquisa confirmou a importância dos terreiros de religiões afro-brasileira e afro-indígena na produção de alimentos e garantia de segurança alimentar em comunidades pobres. A maioria das casas produz e distribui alimentos para adeptos e não adeptos das religiões. Os terreiros, segundo a pesquisa, também são identificados como espaços de referência para as comunidades, com potencial para abrigar atividades de inclusão social, formação e capacitação.
O mapeamento poderá orientar as ações do Poder Público para fortalecer políticas como o estímulo à produção de alimentos em hortas e quintais comunitários ligados aos terreiros, segundo o ministério. O trabalho de mapeamento dos terreiros pode ser acessado no endereço eletrônico www.mds.gov.br/sesan/terreiros.