O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançará no início do ano que vem um edital para bolsas de doutorado e pós-doutorado voltado para centros de desenvolvimento e pesquisa de empresas privadas. As bolsas serão oferecidas pelo CNPq, agência de fomento à ciência e tecnologia, com orçamento de R$ 5 milhões a R$ 7 milhões, informou nesta quinta-feira (8) o secretário de Política da Informática do MCTI, Virgílio Almeida. Pelas contas do secretário, o valor custeará cerca de 80 bolsas.
Os próprios centros de pesquisa farão os pedidos, sem necessidade de parceria com universidades ou institutos de pesquisa. Um dos possíveis candidatos seria o Laboratório de Tecnologia Avançada (ATL, na sigla em inglês) da Microsoft, que será construído no Rio, o primeiro de quatro centros de pesquisa de multinacionais do setor de tecnologia da informação previstos no plano TI Maior, do MCTI. "O objetivo é criar tecnologia brasileira que seja exportável", disse Almeida, após participar do lançamento da Microsoft, no Rio.
O ATL da Microsoft está inserido em um projeto de R$ 200 milhões de investimento da desenvolvedora de softwares norte-americana. Nessa quarta-feira (7), houve o lançamento do projeto em Brasília.
Almeida não adiantou quais empresas poderiam completar os três centros de pesquisa que faltam na meta do TI Maior. Um próximo anúncio poderá ser feito no início do ano que vem. O plano do MCTI envolve investimento de R$ 500 milhões, em iniciativas como o edital de bolsas de doutorado e pós-doutorado.
Além do ATL, o projeto da Microsoft - que inclui a reforma de um prédio histórico na área do Porto Maravilha, projeto de revistalização do Porto do Rio com vistas à Olimpíada de 2016 - terá uma aceleradora de empresas. O empreendimento ajuda empresas iniciantes em um estágio seguinte à de incubação, normalmente feita nas universidades.
Para esse fim, o MCTI lançará, ainda este ano, um edital de R$ 40 milhões, adiantou Almeida. Nesse caso, serão selecionadas cinco aceleradoras de empresas em todo o País e os recursos serão investidos diretamente nas empresas apoiadas - cerca de 8 firmas por aceleradora.
A Acelera Rio, que começará a funcionar no início de 2013 no âmbito do projeto da Microsoft, poderá ser uma das candidatas. Nesse projeto, a gigante de software é sócia da construtora OAS, da NEC e de agências de fomento e fundos de capital semente.