Rio de Janeiro – Um protesto de trabalhadores das obras de revitalização da zona portuária do Rio interditou, na manhã desta quinta-feira (28), um dos sentidos da Avenida Presidente Vargas, uma das principais vias do centro do Rio. Os reflexos chegaram até a Avenida Brasil e o trânsito ficou lento no centro por mais de duas horas. Os manifestantes foram até a Candelária e seguiram para a zona portuária onde continuam reunidos. De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura, o tráfego já foi normalizado.
Os operários já haviam feito uma paralisação no dia 13 deste mês e reivindicam direito a plano de saúde e melhores condições de trabalho. Segundo o diretor do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), Carlos Alberto de Souza, os trabalhadores vão parar novamente na segunda-feira (1°). “O consórcio não está respeitando as normas determinadas pelo Ministério do Trabalho. Temos casos de companheiros que estão trabalhando com mochilas, porque a empresa não deu um armário onde eles pudessem guardar essas roupas. Não há sanitários e chuveiros suficientes para atender todas essas pessoas”, denunciou Souza, que também relatou casos de comidas com itens servidos crus e apenas 20 minutos para almoçar.
O projeto de revitalização da zona portuária do Rio é o mais ambicioso da prefeitura e conta com cerca de 3.500 trabalhadores. O projeto é administrado pelo consórcio Porto Novo. Dentre as intervenções urbanísticas estão previstas construções de túneis subterrâneos, demolição da Perimetral, viaduto importante da cidade, e obras de infraestrutura que devem estar prontas para as Olimpíadas de 2016.
Em resposta às perguntas da Agência Brasil sobre as denúncias, a assessoria de comunicação do Consórcio Porto Novo informou, por e-mail, que a empresa atende plenamente a convenção coletiva do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro (SITRAICP), negociada em fevereiro deste ano com os trabalhadores. “Todas as solicitações relacionadas ao ambiente de trabalho já foram implementadas. O plano de saúde não fez parte da convenção coletiva negociada com o Sindicato”, diz a nota. Ainda segundo a assessoria, o prazo de entrega das obras não foi alterado com as paralisações e continua sendo 2016.