Apenas três dos 49 presos que fugiram do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), na última semana, foram recapturados. Os três fazem parte do grupo de 36 detentos que escaparam , na última quarta-feira (10), depois que bandidos obrigaram o motorista de um caminhão a lançar o veículo contra o muro do complexo, abrindo um grande buraco no concreto. Nenhum dos 13 presos que deixaram o Presídio São Luís 1, na madrugada da última quarta-feira (17) , havia sido localizado até esta manhã.
Segundo o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Zanoni Porto, o tumulto ocorrido por volta das 9h, poucas horas após os 13 internos terem escapado, foi “um princípio de rebelião” logo contido por policiais e agentes de segurança. Pelo menos 30 presos da Casa de Detenção (Cadet) serraram os cadeados das celas e alcançaram o telhado. Alguns pularam o muro do complexo e conseguiram chegar à rua. Outros saíram pelo portão. Segundo a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), nenhum desses internos escapou.
A tentativa de fuga foi registrada por jornalistas que acompanhavam o protesto de agentes e inspetores de segurança pública, além de empregados de empresas de segurança que prestam serviço em Pedrinhas. Encerrada à 0h desta quinta-feira (18), a paralisação de 24 horas foi a forma encontrada pela categoria para denunciar a falta de condições de trabalho e os perigos a que estão expostos os trabalhadores do sistema prisional maranhense. Segundo o Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Maranhão (Sindspem), os profissionais têm que lidar com os efeitos da falta de gestão e da omissão diante das frequentes rebeliões, fugas e assassinatos de presos sem sequer receber os equipamentos de segurança necessários.
Assim que a confusão foi controlada e trabalhadores começaram a tapar o buraco por onde fugiram os 13 detentos que escaparam durante a madrugada, o então secretário Sebastião Uchôa colocou o cargo à disposição e foi substituído pelo secretário estadual de Segurança Pública, Marcos Affonso, que acumulará o controle das duas pastas.
A tarde, Affonso deu entrevista sobre as providências que o governo estadual está adotando para tentar restabelecer a normalidade do presídio maranhense. Entre elas, o início das transferências de presos de Pedrinhas para o novo presídio São Luís 3.
“Não detalhamos números, nem datas por questão de segurança. Essas transferências, segundo temos informações, estão promovendo as movimentações estranhas nos presídios”, disse Affonso.
Localizado em Muruaí, na zona rural da capital maranhense, São Luís 3 dispõe de 479 vagas. De acordo com Marcos Affonso, o governo estadual planeja criar mais 737 vagas prisionais até o fim do ano, com a entrada em funcionamento dos presídios de Coroatá, Timon e Imperatriz, já em fase de conclusão.