Novos ataques a ônibus, delegacias, postos de polícia e a residências de policiais ocorreram em Santa Catarina após o governo estadual ter anunciado estar tomando providências para conter a ação criminosa e punir os responsáveis, além de tre recusado, por ora, o reforço da Força Nacional de Segurança Pública. Segundo a Polícia Militar (PM), entre o início da tarde de ontem (30) e as primeiras horas desta quarta-feira (1º), foram contabilizados 13 novos ataques, elevando para 35 as ocorrências desse tipo desde o início da atual onda de violência, no último dia 26.
Quatro ônibus foram incendiados, a casa de dois policiais militares baleadas e duas viaturas da PM atacadas entre as 14h30 dessa terça-feira, quando três homens queimaram uma viatura da PM que estava em manutenção em uma oficina de Itapema – cidade de 55 mil habitantes a apenas 70 quilômetros da capital Florianópolis. Na fuga, balearam um cachorro. Dez suspeitos de envolvimento com atos criminosos foram detidos, elevando para 14 o total de presos desde o dia 26.
No total, 17 ônibus já foram incendiados. Onze deles após o secretário estadual de Segurança Pública, César Grubba, ter garantido, na segunda-feira (29), que policiais civis e militares intensificariam o patrulhamento em áreas consideradas críticas e escoltariam os ônibus que circulam pela Grande Florianópolis.
Temendo a ação de bandidos, motoristas e cobradores de ônibus que atendem parte da Grande Florianópolis mantiveram os veículos nas garagens das empresas entre as 18h30 de ontem e as 6h15 de hoje. “Trabalhadores e usuários do sistema de transportes são os que ficam mais expostos nessas situações de risco e, por isso, o sindicato alerta para que trabalhadores e usuários não reajam, nem tentem deter essas ações. Apenas saiam dos veículos, que não valem a vida de ninguém”, orientou o Sindicato dos Rodoviários (Sintraturb), em nota divulgada nas redes sociais.
Na noite da segunda-feira, um agente penitenciário aposentado, de 49 anos, foi assassinado a tiros em Criciúma, a cerca de 190 quilômetros de Florianópolis. As autoridades apuram se a morte do ex-agente está relacionada aos ataques. Ele foi atingido pelos disparos quando fechava o portão de casa para a filha. Os suspeitos fugiram em um carro.
Segundo a assessoria da Secretaria Estadual de Segurança Pública, há várias linhas de investigação, mas as hipóteses mais consistentes sugerem que os ataques podem ser uma resposta às recentes ações policiais para reprimir e combater o tráfico de drogas, principalmente na capital. De acordo com o secretário, só este ano já foram apreendidas cerca de três toneladas de drogas. A outra hipótese é de que os integrantes de duas facções criminosas que disputam o poder no estado estejam agindo para demonstrar força e, assim, conquistar poder.