Bolivianos enfrentam longas filas para votar em São Paulo

O Brasil foi um dos 33 países onde bolivianos que vivem no exterior puderam votar para o cargo de presidente e vice
Da Agência Brasil
Publicado em 12/10/2014 às 17:08
O Brasil foi um dos 33 países onde bolivianos que vivem no exterior puderam votar para o cargo de presidente e vice Foto: Foto: José LIrauze/ ABI


Os bolivianos que vivem no Brasil acordaram cedo para o dia de eleições presidenciais. Em São Paulo (SP), teve quem chegou ao colégio eleitoral às 6h, duas horas antes da abertura dos portões. Era só uma amostra do que seria o domingo de eleições na Bolívia, na capital paulista.

O grande comparecimento dos cidadãos surpreendeu até o Tribunal Supremo Eleitoral, órgão boliviano que organiza o pleito, que pediu reforço no policiamento. São Paulo foi a cidade com maior número de bolivianos aptos a votar fora do país: cerca de 35.700. Só ficou atrás de Buenos Aires, na Argentina.

Na Escola Domingos Faustino Sarmiento, no bairro do Brás, pela manhã havia longas filas e teve gente que levou mais de duas horas para votar. A grande movimentação se repetiu nos outros 12 colégios eleitorais da cidade, segundo o tribunal.

Apesar de o voto ser facultativo para os bolivianos que vivem no exterior e os termômetros marcarem mais de 30 graus Celsius por volta das 10h, muita gente fez questão comparecer às urnas. Felipe Apassachura, de 71 anos, foi um deles. Ele é professor e vive no Brasil há 14 anos. Ele disse que decidiu votar por ser um ato de cidadania. “Cada cidadão tem que votar por seu país, por seu presidente”.

Já Ednaldo Flores chegou ao local de votação no clima eleitoral, com uma bandeira da Bolívia em punho. Ele é de Cochabamba, vive há cinco anos no Brasil e trabalha com costura na capital paulista, como boa parte da comunidade boliviana. “Esta é a expressão do que sinto. Sou muito patriota, luto pelos direitos de todos os imigrantes que estão aqui. Porque há muita gente que sofre, que passa por dificuldades. Todos queremos ir adiante, então temos esta fé no nosso país”, destacou.

A boliviana Maria Costa, que vive no Brasil há 12 anos e também trabalha com costura, foi às urnas. E feliz, pois retorna definitivamente para a Bolívia no final do ano, com o marido e os dois filhos pequenos. Ela decidiu voltar para Cochabamba por acreditar que a situação do país está melhor. “No meu país tenho direito a tudo e aqui não. E me dei conta de que nos últimos anos muita coisa melhorou na Bolívia. Antigamente, na época que vim para cá, não era assim na Bolívia”, disse.

Em todo o Brasil, cerca de 45 mil bolivianos estavam aptos a votar em sete cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Corumbá, em Mato Grosso do Sul; Cárceres, em Mato Grosso, Guajará-Mirim, em Rondônia; e Brasíleia, no Acre. A expectativa do Tribunal Supremo Eleitoral é que 32 mil bolivianos compareçam às urnas em todo o Brasil. A votação começou às 8h e termina às 16h.

O Brasil foi um dos 33 países onde bolivianos que vivem no exterior puderam votar para o cargo de presidente e vice. Para poder votar, os bolivianos precisaram passar pela identificação biométrica, realizada em 2009 e 2014. Para isso é exigido apenas o documento de identificação boliviana ou o passaporte. E mesmo quem não está legalizado no Brasil tem garantido o direito de votar.

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