Jovens ouvem música acima do volume seguro, diz Proteste

O estudo revela que os alunos pesquisados ouvem música a 92 decibéis (dB) em média, com picos até 109 dB
Da ABr
Publicado em 30/10/2014 às 18:22
O estudo revela que os alunos pesquisados ouvem música a 92 decibéis (dB) em média, com picos até 109 dB Foto: Foto: Marcos Santos/USP Imagens


Os jovens estão ouvindo música com fones de ouvido, a partir de dispositivos móveis, em volumes bem acima do que é considerado seguro, como mostra estudo da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) e da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO).

Divulgado nesta quinta-feira (30), o estudo revela que os alunos pesquisados ouvem música a 92 decibéis (dB) em média, com picos até 109 dB. Uma furadeira pneumática, por exemplo, emite sons entre 100 dB e 105 dB. Uma avenida movimentada tem, em média, ruído de 85 dB.

“É urgente que sejam definidos limites de volume para os dispositivos móveis, e que os pais ou responsáveis conversem com as crianças e os  jovens para destacar os riscos de perdas auditivas provocadas pelo som alto”, destacou Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste.

O levantamento analisou um grupo de 68 alunos dos Colégio Marista Arquidiocesano e do Colégio Dante Alighieri, na capital paulista. Os estudantes, que participaram espontaneamente da pesquisa, têm de 11 a 18 anos.

Do total, 21 alunos afirmaram que ouvem música de duas a quatro horas diárias, tempo considerado excessivo para uso dos fones. De acordo com o presidente da SBO e diretor do Departamento de Otorrinolaringologia da Santa Casa de São Paulo, o médico Paulo Roberto Lazarini, o descuido dos jovens com a saúde auditiva é mais norma do que exceção no Brasil.

“As pessoas só vão ao otorrino quando estão com infecções, dores de ouvido ou perdas auditivas graves. Também costumam ver televisão e ouvir música em volumes muito elevados, o que, em algum momento de suas vidas, causará problemas sérios à audição”, destacou.

Os resultados do levantamento foram enviados às autoridades do Ministério da Educação e das secretarias de Educação de São Paulo e do Rio de Janeiro.

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