Após quase quatro horas reunidos, representantes da Mercedes-Benz e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não chegaram a um acordo sobre as 500 demissões anunciadas pela montadora para ocorrer no final deste mês.
Um novo encontro foi marcado para a próxima segunda-feira (25), quatro dias antes de a companhia cumprir o informe de que encerrará oficialmente os contratos de trabalho 500 dos 750 operários que estão em "lay-off".
No início desta semana, a montadora também informou que concederá férias coletivas para 7.000 dos 10.500 funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo. A produção de caminhões, ônibus, motores e câmbio ficará totalmente parada por um prazo inicial de 15 dias.
Em comunicado, a empresa afirma que "há mais de um ano, a Mercedes-Benz tem buscado, junto ao sindicato, gerenciar o excesso de pessoas na fábrica de São Bernardo do Campo, em razão da forte queda de vendas de veículos comerciais no mercado brasileiro".
Desde junho de 2014, a Mercedes mantém um grupo de 750 funcionários em "lay-off" (suspensão temporária do contrato de trabalho) em São Bernardo, além de ter já adotado medidas como semanas curtas (com quatro dias de produção), folgas coletivas, licenças remuneradas e programas de demissão voluntária para enfrentar a queda de até 40% nas vendas de caminhões e ônibus.
A empresa afirma que, além desse grupo, há ainda um excedente de 1.750 trabalhadores.
No final de abril, já houve uma tentativa de dispensar ao menos 500 dos 750 afastados em "lay-off", mas, após uma semana de greve, as demissões foram suspensas.
A Mercedes informa que, como houve baixa adesão ao PDV encerrado na semana passada, ela "precisa encerrar 500 contratos de trabalho do grupo hoje em 'lay-off' até o dia 29 de maio".
Na unidade da Mercedes em Juiz de Fora (MG), cerca de cem operários também estão afastados temporariamente até o fim deste mês.