O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) multou a Volkswagen do Brasil em R$ 50 milhões por fraudar os testes de emissões de gases poluentes em seus carros.
"A empresa foi notificada nesta quinta-feira (12/11) e deverá apresentar um plano de correção dos veículos alterados e comercializados para que estes atendam aos parâmetros de emissão exigidos pelas normas brasileiras. O recall será voltado exclusivamente para a correção do dispositivo adulterado e não afetará o desempenho dos motores", afirmou o Ibama, em nota.
Em setembro, a montadora alemã admitiu que instalou em 11 milhões de veículos a diesel pelo mundo um sistema que burlava as medições de poluentes em várias marcas. O escândalo global culminou com a renúncia do presidente da empresa.
No Brasil, o único modelo com motorização semelhante à envolvida na fraude global é picape média Amarok, que é produzida na Argentina e tem motor 2.0 turbodiesel. Mais de 17 mil unidades, produzidas entre 2011 e 2012, possuem o dispositivo que otimiza artificialmente os números medidos em laboratórios, segundo a empresa.
A Volkswagen já havia sido notificada pelo Ibama em setembro e obrigada a prestar esclarecimentos sobre a produção e comercialização dos carros com a alteração no Brasil.
A empresa confirmou, em outubro, que unidades da Amarok vendidas no Brasil e produzidas entre 2011 e 2012 possuem o dispositivo.
Segundo o Ibama, o valor de R$ 50 milhões é o máximo previsto por lei para este tipo de crime.
"No total, 17.057 veículos Amarok contêm um software que poderia otimizar os resultados de óxidos de nitrogênio (NOx) durante os testes laboratoriais de homologação, e, portanto, devem passar por recall", afirmou o Ibama, por meio de nota.
Sobre os veículos da mesma marca e modelo, mas com motores a gasolina ou flex, o Ibama informou que não possuem o software. "Não há indícios de que estejam descumprindo os níveis de emissão de poluentes estabelecidos na legislação ambiental brasileira", disse o Instituto.
Contatada, a Volkswagen não respondeu até as 15h.