Pelo menos duas pessoas morreram e uma está desaparecida, em consequência do temporal que atingiu o Rio de Janeiro na noite deste sábado (12). A chuva forte fechou ruas, provocou deslisamentos de terra em regiões mais carentes da cidade, falta de luz e provocou um verdadeiro caos no trânsito. Na ponte Rio-Niterói, motoristas ficaram presos por quase três horas, quando chegavam no acesso à Avenida Brasil, devido aos bolsões d'água.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, as duas mortes ocorreram quando uma casa desabou na comunidade da Chácara do Céu, na zona sul da cidade após um deslizamento. Os bombeiros encontraram dois corpos sob os escombros. A pessoa desaparecida teria sido arrastada pela força da água na Avenida dos Italianos, zona norte da cidade e, apesar das buscas, durante toda a madrugada, o corpo do homem ainda não foi localizado.
Estágio do crise
Devido ao temporal, o Centro de Operações da prefeitura do Rio decretou estágio de crise às 20h de ontem, devido à atuação de núcleos de chuva forte e muito forte nas zonas norte, sul e parte da zona oeste da cidade do Rio. A previsão para as próximas horas é de chuva forte, ocasionalmente muito forte, nessas regiões. O estágio de crise é o terceiro nível em uma escala de três e significa chuva forte a muito forte nas próximas horas, podendo causar alagamentos e deslizamentos.
O Centro de Operações só desfez a situação por volta das 3h da madrugada deste domingo (13), quando a cidade entrou em estágio de atenção, o segundo na escala, com o escoamento da água da chuva, nas principais regiões da cidade. Neste a cidade ainda está em estágio de atenção,
O Sistema de Alerta Rio acionou sirenes em 40 comunidades do Rio, principalmente na região do Maciço da Tijuca, devido à Floresta da Tijuca, onde houve grande concentração de chuva, e também na zona sul da cidade. O acionamento da sirene é para que os moradores se desloquem para pontos seguros nas favelas e morros, já previamente descritos pela prefeitura em simulados feitos com a comunidade.
De acordo com a Defesa Civil municipal, houve deslisamentos no morro do Turano, no Rio Comprido, e nas comunidades do Salgueiro e na Rua São Miguel, na Tijuca, na zona norte. Não houve vítimas.
Piscinão
Na região da Praça da Bandeira, o piscinão inaugurado em dezembro de 2014 , não conseguiu conter o volume de água que desceu das encostas do Maciço da Tijuca e alagou. O local ficou alagado e teve de ser interditado nos dois sentidos. O local é estratégico porque recebe grande parte do tráfego de veículos que se destina ao centro e à zona norte da cidade.
Dezenas de carros ficaram enguiçados no trecho e as equipes da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) trabalham desde a madrugada para a desobstrução do local. O comércio da região também foi afetado e as lojas comerciais, restaurantes e prédios da região foram invadidos pela água.
Limpeza
As equipes de limpeza da prefeitura tem mais de 500 homens com auxílio de pás mecânicas, retroescavadeiras e caminhões basculantes para desobstrução das vias. O trabalho se concentra principalmente nas zonas norte e sul do município, regiões mais atingidas pelo temporal da noite passada.
A Estrada Menezes Côrtes, que liga os bairros do Grajaú à Jacarepaguá pela serra, está funcionando em meia pista no momento, devido a um deslisamento de terra na pista, altura do quilômetro 6, pista em direção à Jacarepaguá.
Neste momento, chove fraco no Rio. O Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão opera normalmente para operações de pouso e decolagem. Já o Santos Dumont opera com auxílio de instrumento, desde a abertura às 6h da manhã.