Com um mestrado, doutorado e pós-doutorado no exterior, o professor universitário Evandro Pereira foi às ruas do Rio de Janeiro para pedir emprego como forma de protesto por conta das medidas de austeridades que têm sido adotadas pelo governo. Em crise, docentes e demais servidores públicos daquele estado estão sem receber salários desde o mês de abril. A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), onde o professor leciona, é uma das entidades atingidas.
"O objetivo desta foto é ser divulgada nas redes sociais visando dar visibilidade ao caos que o Governo implantou em nossa Instituição", desabafou o professor nas redes sociais.
Com um prato de moedas e algumas cédulas na mão, o professor viralizou na web após publicar a foto no Facebook. Na placa, anunciando a necessidade do emprego, estão escritas as atribuições do trabalhador: professor de engenharia química da UERJ há 19 anos; mestrado na COPPE/UFRJ; doutorado em Lyon, na França, e pós-doutorado em Barcelona, na Espanha. Fluente em inglês, francês e espanhol.
Ainda conforme o anúncio do professor, o estado não tem previsão para pagar o salário de abril. "Alguém pode me arrumar um trabalho? Afinal, preciso pagar minhas contas", pede ele; assim como outros milhares de fluminenses.
A ideia da foto parece já ter surtido efeito. Com mais de 8 mil compartilhamentos, muita gente já quis contribuir com dinheiro. No entanto, o professor explica que se trata apenas de uma "foto para divulgação".
De acordo com o portal Uol, a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) aprova medidas de austeridade, mais de 200 mil servidores continuam sem receber o salário referente ao mês de abril. Os projetos do Executivo são exigências da União para socorrer o Estado do Rio através do Regime de Recuperação Fiscal.
Um dos benefícios a ser concedido é a suspensão do pagamento de dívidas com o governo federal. Além disso, empréstimos estão previstos. Um deles será de R$ 3,5 bilhões que serão utilizados, segundo o governo do estado, para acertar a folha de pagamento do funcionalismo. No entanto, o socorro financeiro só poderá ser realizado após o governador, Luiz Fernando Pezão, sancionar as leis aprovadas.