Mãe é detida por acorrentar filha usuária de crack ao guarda-roupa

A equipe foi à casa da família, no bairro Nova Esperança, Zona Norte de Sorocaba, após receber denúncia anônima
Estadão Conteúdo
Publicado em 14/06/2017 às 18:00
A equipe foi à casa da família, no bairro Nova Esperança, Zona Norte de Sorocaba, após receber denúncia anônima Foto: Foto: Divulgação/Guarda Civil Municipal


Desesperada com as ameaças recebidas de traficantes, uma mulher de 43 anos decidiu manter a filha de 17 anos, usuária de drogas, acorrentada a um guarda-roupas, em Sorocaba, interior de São Paulo. A mãe foi detida e a garota foi libertada, na noite dessa terça-feira (13) por integrantes da Guarda Civil Municipal (GCM) e do Conselho Tutelar. A equipe foi à casa da família, no bairro Nova Esperança, zona norte da cidade, após receber denúncia anônima.

A garota foi encontrada no quarto, com a corrente atada aos pés, com cadeado, e presa ao pé do móvel. A mãe contou que tomou a medida há cerca de 40 dias, por estar desesperada e não ver outra opção, já que a filha só saía de casa para se drogar.

De acordo com o comandante da GCM, Antonio Marcos Mariano de Carvalho, a adolescente era usuária de cocaína e crack desde os 12 anos. Conforme o relato da mãe, ela devia dinheiro para vários traficantes e estava sendo ameaçada de morte. "Ela alegou que decidiu acorrentar a filha por razões de segurança e por total desespero, por não ver outra saída", disse o agente.

Estado de saúde

A menina estava magra e desnutrida porque, segundo a mãe, não aceitava comida e dizia que só se alimentaria depois de usar a droga. A mulher, que é auxiliar de cozinha, foi levada para o plantão da Polícia Civil e indiciada em inquérito por maus tratos. Como não há previsão de prisão em flagrante para o crime, ela vai responder ao processo em liberdade.

Para libertar a adolescente, os agentes da GCM tiveram de quebrar o cadeado, pois a chave não foi encontrada. A jovem foi levada à Unidade de Pronto-Atendimento da zona norte, onde recebeu atendimento médico. Em seguida, foi abrigada em uma unidade para mulheres em risco mantida pela prefeitura. O caso será encaminhado à Vara da Infância e da Juventude do Judiciário local, que decidirá o destino da jovem.

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