Mãe acusa escola de praticar transfobia contra a filha em Fortaleza

Mara Beatriz, mãe da menina de 13 anos, disse que a filha foi expulsa da escola sem motivo aparente
JC Online
Publicado em 22/11/2017 às 20:38
Mara Beatriz, mãe da menina de 13 anos, disse que a filha foi expulsa da escola sem motivo aparente Foto: Foto: Reprodução/Facebook


Em um texto publicado numa rede social, nessa terça-feira (22), a mãe de uma menina trans denuncia que a escola em que a filha estuda de ter praticado transfobia, ao expulsar a garota sem motivo aparente. Na nota de repúdio, como ela intitula o texto, Mara Beatriz conta que foi chamada à escola da filha, de 13 anos, para comunicar a decisão de tirar a menina da escola. O caso aconteceu em Fortaleza, Ceará.

De acordo com Mara, a Escola Educar Sesc, já tinha atitudes transfóbicas ao não respeitar o uso do nome social da menina, que aluna da instituição desde os dois anos de idade. "A escola já não vinha respeitando a resolução número 12/2015, que garante o reconhecimento e adoção do nome social em instituições e redes de ensino de todos os níveis e modalidades, bem como o uso do banheiro de acordo com a identidade de gênero de cada sujeito", conta a mãe.

No texto, ela relata casos em que a filha passou por situações constrangedoras, quando seu nome civil era colocado em todos os registros, como frequência escolar, avaliações e boletins. "O banheiro feminino também lhe foi negado, com a recomendação que usasse o banheiro da coordenação. Depois, a impediram de pegar a carteirinha de estudante com o nome social (como a Etufor [Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza] garante) porque se negaram a confirmar a matrícula dela, o que causa danos morais e também financeiros, uma vez que ela não pode exercer seu direito à meia", relata Mara.

Nessa terça-feira (21), segundo Mara, a escola a chamou para comunicar a decisão de tirar Lara do quadro de alunos. A mãe afirmou que se sentiu humilhada com a situação e questionou o motivo de a filha ser retirada da escola. "Admitiram que ela é uma ótima aluna, com boas notas e comportamento, mas não vão fazer a matrícula dela para o ano de 2018", diz.

"Escolhemos a Escola Educar Sesc porque acreditávamos no projeto pedagógico construtivista e inclusivo, onde desde cedo minha filha teve oportunidade de conviver com as mais diversas crianças: autistas, down, portadores de deficiência física", continua a mãe.

Segundo Mara, a família registrou um Boletim de Ocorrência e entrou em contato com o Centro de Referência LGBT.

Resposta

Por nota publicada também em uma rede social, a Escola Educar Sesc não nega as acusações da mãe da garota pediu desculpas à menina e à Família. A instituição afirma que determinou uma apuração e adoção de protocolos "para que fatos semelhantes não voltem a acontecer".

Veja a nota completa:

Desculpas à Lara e família.

O Sistema Fecomércio e a Escola Educar Sesc lamentam profundamente que qualquer atitude, fruto de preconceito ou desconhecimento, tenha causado sofrimento à família da Lara.

A direção do Sistema determinou imediata apuração e tomada de providências para o acolhimento da aluna, bem como a adoção de protocolos para que fatos semelhantes não voltem a acontecer.

O Sistema Fecomércio é inclusão e educação. Reforçamos que a aluna tem a matrícula assegurada para 2018, como todos os estudantes veteranos da Escola Educar Sesc.

À família, nosso sincero pedido de desculpas.

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