O número de brasileiros que apoiam a descriminalização do aborto aumentou de 23%, em 2016, para 36%, em 2017. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha. O levantamento foi feito entre os dias 29 e 30 de novembro, sendo 2.765 o número de pessoas questionadas, em 192 municípios do país.
Apesar da porcentagem, 57% continuam pensando que a mulher deve ser punida e ir para a cadeira por fazer o aborto, mesmo que essa seja uma prática comum entre as mulheres, como indica a Pesquisa Nacional do Aborto de 2016. Até o momento, a legislação brasileira permite o aborto em alguns casos, como quando há risco de morte para a mãe, ou quando ela for vítima de estupro (nesse caso, pode recorrer aos serviços disponíveis nas devidas unidades hospitalares).
Em caso de estupro, ainda segundo a pesquisa, 61% dos brasileiros acreditam que a mulher tem o direito de abortar. Já em caso de risco de morte, esse percentual é de 53% favoráveis.
Em 2017, a questão do aborto voltou à tona com a aprovação, em 08 de novembro, do novo texto da PEC 181/2015, de autoria de Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), movimentando as atividades parlamentares. O que, inicialmente, seria um projeto de extensão da licença maternidade para as mulheres em caso de parto prematuro, tornou-se uma PEC que pode proibir o aborto até mesmo nos casos permitidos em lei (estupro, por exemplo). Vários protestos tomaram conta das principais capitais brasileiras e, agora, a discussão foi adiada para 2018.