A Força Aérea do Brasil pretende que o Centro de Lançamento de Satélites de Alcântara, no Maranhão, tenha uso comercial a partir do próximo ano e para isto negocia um acordo de "salvaguarda tecnológica" com os Estados Unidos.
"O Brasil pretende estabelecer um acordo de salvaguardas tecnológicas com os Estados Unidos que possa viabilizar a utilização comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) no próximo ano", afirmou o brigadeiro Luiz Fernando de Aguiar, presidente da Comissão de Implantação de Sistemas Espaciais, durante uma visita de jornalistas à base espacial.
Alcântara tem uma localização ideal para os lançamentos, por ficar próxima da linha do Equador, o que permite economizar até 30% do combustível ou transportar mais carga.
Mas para o lançamento de dispositivos a partir da base é necessário um acordo de proteção tecnológica com os Estados Unidos, porque a maioria dos foguetes tem tecnologia americana, segundo as autoridades brasileiras.
A gestão comercial da base estaria a cargo de uma nova empresa pública brasileira a ser criada, a Alada, explicou Aguiar.
As negociações para um acordo espacial entre Brasil e Estados Unidos foram retomadas em 2017, depois de muitos anos de paralisação.
No fim do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Brasil e Estados Unidos chegaram a um acordo para o uso da base, mas que foi bloqueado no Congresso, que considerou o texto desequilibrado e em conflito com as leis brasileiras.
Em 2003, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) fechou um acordo com a Ucrânia para o lançamento de satélites a partir desta base.
Em julho de 2015, durante o mandato de Dilma Rousseff (2010-2016), o Brasil encerrou a associação, argumentando que ocorreu uma mudança nas condições tecnológicas e econômicas.
O programa sofreu vários problemas, o principal deles em 2003, quando um foguete VSL explodiu na plataforma de lançamento, uma tragédia que matou 21 técnicos e destruiu parte das instalações.