Jungmann chama de ''tragédia'' mortes em ação contra banco no Ceará

Pernambucanos estão entre os reféns que morreram durante a troca de tiros entre policiais militares e criminosos
ABr
Publicado em 07/12/2018 às 16:56
Pernambucanos estão entre os reféns que morreram durante a troca de tiros entre policiais militares e criminosos Foto: Foto: Valter Campanato/Agência Brasil


O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, classificou nesta sexta-feira (7) como uma “tragédia” a morte de seis pessoas feitas reféns por criminosos que tentaram assaltar duas agências bancárias na cidade de Milagres (CE), a cerca de 60 quilômetros de Juazeiro do Norte, na madrugada desta sexta-feira (7). Segundo o ministro, episódios como este reforçam a necessidade de os serviços de inteligência das forças de segurança federais e estaduais atuarem em conjunto.

“O Ceará vem reduzindo os índices de violência, mas tragédias como esta, infelizmente, acontecem. Na medida em que possamos nos antecipar e evitar, pouparemos vidas”, disse Jungmann ao participar, em Fortaleza, da inauguração da regional nordestina do Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública (Ciispr-NE).

Troca de tiros

Pelo menos 12 pessoas morreram durante a troca de tiros entre policiais militares e criminosos que se preparavam para assaltar duas agências bancárias que funcionam na região central do município de cerca de 28 mil habitantes, localizado na região do Cariri cearense. Segundo a Secretaria estadual de Segurança Pública e Defesa Social, seis dos mortos são suspeitos de participar da ação criminosa.

As outras seis pessoas que morreram foram feitas reféns pelos bandidos. Cinco delas, incluindo duas crianças, pertenciam a uma mesma família de Pernambuco. A família foi surpreendida pelos bandidos ao passar, de carro, por uma rodovia próxima, quando retornavam de Juazeiro do Norte. Segundo informações preliminares, o sexto refém morto, um homem, também pode ter sido sequestrado ao passar pelo mesmo trecho da rodovia BR-116.

Mais cedo, o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, André Costa, afirmou a jornalistas que equipes especializadas da Polícia Militar (PM) já estavam realizando diligências a fim de identificar e deter criminosos suspeitos de roubar bancos da região. Segundo o secretário, essas quadrilhas atuam em vários estados, principalmente da região Nordeste.

“O que aconteceu hoje reforça a importância do Centro Integrado de Inteligência para que possamos ter informações em tempo real, fornecidas pelos serviços de inteligência dos nove estados nordestinos”, disse Costa.

Inteligência integrada
O Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública da região Nordeste é a segunda das cinco unidades previstas para serem inauguradas esta semana. A primeira unidade, a Regional Sul, começou a funcionar na última terça-feira (4), em Curitiba.

Outros três centros integrados serão implantados nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Todos serão conectados e coordenados pelo Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública Nacional (CIISP-N), que já está em funcionamento em Brasília (DF). O investimento do Ministério da Segurança Pública na implantação dos cinco centros é de R$ 15 milhões.

A rede de centros inteligência deverá unificar a ação de combate ao crime organizado por regiões. Entre os objetivos estão a integração entre as forças de segurança pública e inteligência do governo federal e Forças Armadas, para elaboração de planejamentos estratégicos; além do acesso integrado dos conteúdos das bases de dados das diversas instituições e órgãos que compõem a estrutura de segurança pública.

“O crime está integrado, internacionalizado, e não há a menor possibilidade de o reduzirmos se não tivermos inteligência integrada”, afirmou Raul Jungmann esta manhã. “As grandes facções criminosas agem em âmbito nacional e internacional. Não há como combatê-las exclusivamente no espaço dos estados. Então, temos que integrar não as operações, mas a inteligência. É a isto que chamamos repressão qualificada”, acrescentou o ministro.

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