Com o Novo Ensino Médio, as escolas públicas e privadas terão até 2022 para ampliar a carga horária das aulas de 800 para mil horas anuais. O antigo ensino médio somava 2.400 horas nos três anos. Agora, serão três mil horas de aulas no período.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), alteração na carga horária tem objetivo de reduzir a evasão escolar e melhorar a qualidade da educação que chega aos alunos.
Das três mil horas de aulas, 1.200 devem ser destinadas aos “itinerários formativos”, formação à parte em que o aluno pode escolher a área de conhecimento ou formação técnica para aprofundar os estudos a partir de preferências e intenções de carreira.
As escolas devem oferecer ao menos um “itinerário formativo”. As opções deverão ser organizadas através da oferta de diferentes arranjos curriculares focados nas seguintes áreas:
Linguagens e suas tecnologias;
Matemática e suas tecnologias;
Ciências da natureza e suas tecnologias;
Ciências humanas e sociais aplicadas;
Formação técnica e profissional.
As 1.800 horas de aulas restantes serão destinadas para a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “Parte das secretarias Estaduais de Educação já iniciaram a elaboração do Plano de Implementação do Novo Ensino Médio e o MEC dará suporte técnico por meio do Programa de Apoio ao Novo Ensino Médio que conta, neste momento, com a adesão de 23 unidades da Federação”, explicou a coordenadora-geral de Ensino Médio substituta do MEC, Adriana Andrés.
Segundo a coordenadora-geral, em 2020, algumas escolas já iniciarão a revisão de seus projetos pedagógicos para em 2021 dar início à implantação da BNCC. “Já temos aproximadamente 3.500 escolas que iniciarão o processo de flexibilização curricular a partir de 2020. A partir de 2021, as redes de ensino, com base no plano de implementação, irão implantar, progressivamente, o novo currículo em todas as escolas de ensino médio”, afirmou.
A Lei nº 13.415/2017 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabeleceu uma mudança na estrutura do ensino médio, ampliando o tempo mínimo do estudante na escola e definindo uma nova organização curricular, mais flexível, que contemple uma BNCC e a oferta de diferentes possibilidades de escolhas aos estudantes. A mudança, segundo o MEC, tem como objetivos garantir a oferta de educação de qualidade à todos os jovens brasileiros e de aproximar as escolas à realidade dos estudantes de hoje.
No dia 23 de julho, professores de escolas de Ensino Médio da Rede Estadual participaram de uma formação continuada sobre o Novo Ensino Médio. Na pauta do encontro, os “itinerários formativos”. A ação, que marcou a reabertura do ano letivo da rede, foi coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento da Educação (SEDE), e teve como objetivo subsidiar e estimular os docentes e as docentes a se inteirar sobre o documento durante o segundo semestre do ano letivo.
“A expectativa da gente é de que o professor consiga perceber as nuances desses itinerários, como o que está por trás disso, porque não é só uma mudança de currículo, é uma proposição que vai exigir uma mudança de cultura por parte do professor, do estudante e da comunidade escolar. São muitas variáveis neste trabalho, e se o docente conseguir se aprofundar, a gente vai finalizar essas ações com um documento consistente e aplicável na nossa Rede”, explicou Carolina Ferreira, gerente de Políticas Educacionais do Novo Ensino Médio da Secretaria de Educação e Esportes.