O satélite da Nasa que monitora o desmatamento na Amazônia registrou nas últimas semanas uma alta nos incêndios na floresta no Brasil nos meses de julho e agosto, principalmente nos Estados de Rondônia e Amazonas. Segundo a agência espacial norte-americana, nesses dois Estados, os incêndios estão acima da média. No Pará e em Mato Grosso, estão abaixo.
Quando comparada toda a Bacia do Amazonas, que inclui toda a Região Norte do Brasil, além de Maranhão, Mato Grosso, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela e Guianas, o nível de incêndios está próximo da média histórica.
A temporada seca, que vai de julho a setembro, colabora para o agravamento dos incêndios, ainda segundo a agência. A tendência, também conforme a Nasa, é que as chamas piorem até o fim do mês que vem.
O aumento do desmatamento na Amazônia provocou críticas da imprensa internacional. Grandes jornais europeus, como o Guardian, o El País e o Le Monde ressaltaram a pressão da comunidade internacional sobre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e os riscos que os incêndios na floresta representam para a estabilidade climática do planeta.
"Líderes mundiais pressionam o Brasil para desviar de rota suicida em incêndios na Amazônia", escreveu o Guardian em sua manchete principal.
O premiê britânico, Boris Johnson, divulgou nota na qual disse estar profundamente preocupado com os incêndios e o impacto das chamas na natureza. O primeiro-ministro usará o encontro do G-7 no sábado na França para pedir um foco renovado na proteção da natureza.
O francês Le Monde destacou: "A Amazônia paga pela política do presidente brasileiro". A reação da França foi a mais dura contra o aumento na destruição na floresta equatorial.
O presidente Emmanuel Macron acusou Bolsonaro de mentir sobre sua política climática durante a reunião do G-20 em Osaka em julho e disse que estuda desistir do acordo entre UE e Mercosul
A Irlanda deu declarações no mesmo sentido e a Finlândia, que ocupa a presidência temporária do bloco, ameaçou um embargo à carne brasileira.