O ex-diretor-gerente do FMI Dominique Strauss-Kahn, que recorreu à justiça para pedir a proibição de um livro que será lançado na quarta-feira e é obra de uma escritora com quem teve uma relação no ano passado, se declarou nesta terça-feira escandalizado pelo texto, classificado por ele de "desprezível e mentiroso".
Trata-se de "Belle et bête" (A Bela e a Fera) da franco-argentina Marcela Lacub. O tribunal se pronunciará sobre o recurso nesta terça-feira às 18h30 GMT (15h30 de Brasília).Diante do tribunal, o ex-chefe do Fundo Monetário Internacional denunciou que o livro "ignora a devastação" de sua vida familiar, e disse estar horrorizado por uma atitude desonesta cujo "único objetivo é mercantil".
O livro de Marcela relata sua relação com um homem não identificado na obra, mas que a autora confirmou que se trata de DSK. Strauss-Kahn lamentou que "se ataque um homem que já está por terra" e pediu à justiça que diga basta às práticas de editores ou jornalistas "dispostos a qualquer coisa para ganhar dinheiro".
A demanda de DSK envolve a escritora e sua editora, Stock, por "atentado à intimidade da vida privada" e exige o confisco do livro, ou, caso a demanda não seja aceita, ao menos a inserção de um esclarecimento em cada exemplar da obra.
Dominique Strauss-Kahn, de 63 anos, favorito durante uma época à eleição presidencial de 2012 na França, precisou renunciar ao seu posto no FMI e as suas ambições políticas depois de ter sido acusado, em maio de 2011, do estupro de uma camareira em um hotel de Nova York. Depois que os procedimentos penais foram abandonados, Strauss-Kahn e a camareira chegaram a um acordo financeiro para colocar fim ao caso.