O sistema de alerta por mensagem de texto implementado na Arábia Saudita para alertar o guardião de uma mulher quando esta deixa o país passará a ser facultativo, anunciou nesta terça-feira (14) uma autoridade saudita. Este sistema eletrônico, que entrou em vigor no final de 2012, provocou uma onda de críticas entre os ativistas deste reino, que também é o único país do mundo onde as mulheres não têm o direito de conduzir.
No entanto, as mulheres sauditas devem continuar a apresentar no aeroporto ou nas fronteiras uma "folha amarela" de permissão, assinada por seu guardião - pai, marido, irmão e até mesmo filhos, no caso de viúva ou divorciada - para viajar ao exterior.
De acordo com a medida de controle implementada em 2012, o guardião da mulher saudita em questão recebe em seu celular um SMS informando que a mulher sob sua tutela atravessou as fronteiras do reino, mesmo que esteja viajando em sua companhia. "Este sistema foi suspenso devido a alguns comentários e será modificado", declarou à imprensa o coronel Ahmad Al Laheedan, porta-voz do departamento de passaportes.
De acordo com o porta-voz, o sistema será a partir de agora "opcional". Os homens que não desejam ser informados quando as mulheres sob sua tutela atravessam a fronteira já não serão alertados. Vários ativistas receberam positivamente esta decisão. "O sistema agora é opcional, é um bom passo, mas esperamos que, no futuro, seja cancelados", disse à AFP a ativista Nassima Al Sada.
Além dessas restrições, as mulheres na Arábia Saudita - nacional ou estrangeira - só podem sair às ruas com um véu.