Observadores internacionais deram meia-volta nesta quarta-feira (30) depois de fazer mais uma tentativa de chegar ao local da queda do Boeing 777 da Malaysia Airlines, no leste da Ucrânia. Já o porta-voz de segurança do governo ucraniano, Andriy Lysenko, afirmou que a região perto da área foi minada por separatistas pró-Rússia que controlam o lugar.
Observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) vem tentando chegar ao local do incidente há quatro dias. Eles retornaram para a cidade de Donetsk após discutirem com rebeldes na periferia da cidade, pouco depois de iniciarem a jornada, que levaria duas horas até a região da queda da aeronave.
Isso significa que quase duas semanas depois do incidente, ocorrido em 17 de julho, preocupações sobre segurança e impedimentos promovidos pelos separatistas que controlam a área ainda obstruem o acesso ao local.
Governos estrangeiros cujos cidadãos morreram na queda do Boeing reclamam da falta de segurança na região e do fato de que parte dos restos mortais ainda terem sido recolhidos. Observadores internacionais dizem que destroços do avião foram cortados, removidos ou alterados de alguma forma.
Lysenko acrescentou mais um obstáculo aos trabalhos, afirmando que os separatistas "minaram os acessos à área. Isso torna o trabalho dos especialistas internacionais impossível".
O porta-voz foi perguntado se os esforços ucranianos para recuperar o território não estariam aumentando os combates na área e prejudicando o acesso dos especialistas. Ele disse que as tropas ucranianas não têm realizado operações contra os separatistas perto do local da queda do avião, mas que estão tentando cortar suas linhas de abastecimento para forçá-los a deixar a área.
Os observadores da OSCE não haviam dito aos jornalistas que os acompanham o que os fez retornar a Donetsk. Os governos norte-americano e ucraniano dizem que o Boeing 777 foi derrubado por um míssil disparado de áreas controladas por separatistas pró-Rússia que combatem forças do governo ucraniano. Os separatistas negam ter derrubado a aeronave, a Rússia nega ter fornecido o lançador de mísseis Buk e afirma que o Exército da Ucrânia pode ter derrubado o avião.
Também nesta quarta-feira, forças ucranianas tomaram o controle da cidade de Avdeevka, ao norte do reduto rebelde de Donetsk. A cidade fica perto do aeroporto, disputada há semanas por rebeldes e tropas do governo. Autoridades locais disseram que os confrontos nas últimas 24 horas deixaram 19 mortos na região.