África intensifica medidas para conter epidemia de ebola

Surto da doença já deixou ao menos 672 mortos no continente
Danilo Galindo
Publicado em 31/07/2014 às 11:57
Surto da doença já deixou ao menos 672 mortos no continente Foto: ZOOM DOSSO/AFP


O governo de Serra Leoa uniu-se à Libéria nesta quinta-feira no lançamento de medidas de longo alcance para conter a epidemia de ebola que já matou pelo menos 672 pessoas em todo o oeste africano, um sinal de que os governos começam a intensificar sua resposta ao surto da doença. 

Ernest Bai Koroma, presidente de Serra Leoa, enviou tropas do Exército para bairros que estão em quarentena por causa do vírus e proibiu por pelo menos 60 dias a realização de reuniões públicas, exceto aquelas dedicadas à disseminação de informações sobre o vírus. 

Koroma também cancelou viagens ao exterior de graduadas autoridades, o que inclui sua visita a Washington na próxima semana para uma cúpula de três dias com alguns dos 50 líderes de países africanos, que serão recebidos pelo presidente Barack Obama. 

"Desafios extraordinários exigem medidas extraordinárias", disse Koroma em discurso transmitido pela televisão. "A doença não pode ser combatida por qualquer país ou comunidade sozinhos", afirmou.

As amplas medidas introduzidas pelo líder de Serra Leoa foram divulgadas menos de um dia depois de o governo da Libéria informar que estava fechando a maioria de suas passagens de fronteira, proibindo reuniões públicas e estudando colocar em quarentena alguns locais para conter a disseminação da doença. 

Em mais um sinal do aumento do perigo, autoridades nigerianas disseram nesta quinta-feira que identificaram 14 funcionários de hospitais com "alto risco" de contrair ebola, depois de terem ajudado a cuidar de uma autoridade da Libéria que morreu em decorrência da doença na semana passada em Lagos, a capital comercial da Nigéria. 

"Estas são pessoas que tiveram contato próximo com a vítima", disse Abdulsalami Nasidi, diretor do Centro para Controle de Doenças da Nigéria. 

Acredita-se que o atual surto de ebola, que começou na Guiné em fevereiro, seja o pior já registrado. Até domingo, 729 pessoas haviam morrido por causa do vírus na Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa, informou nesta quinta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS). Outras 1.323 pessoas são suspeitas ou tiveram confirmada a infecção pelo vírus, disse a OMS. 

O ebola pode matar os infectados em poucos dias, provocando febre alta e dores musculares, vômitos, diarreia e, em alguns casos, falência dos órgãos e hemorragia. 

Na terça-feira, o doutor Sheik Umar Khan, considerado um herói nacional em Serra Leoa por tratar de dezenas de pacientes com ebola, morreu em decorrência da doença, menos de uma semana depois de o diagnóstico ter sido anunciado. 

Koroma deve viajar em breve para Conacri, capital da Guiné, onde vai se reunir com autoridades dos governos da Guiné e da Libéria.

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