O menino britânico Ashya King, que sofre de um tumor cerebral, foi submetido nesta segunda-feira (15) a primeira das 30 sessões de terapia com prótons em um centro especializado de Praga, informou uma fonte médica.
"Hoje fizemos uma primeira radiação, de acordo com nossos planos. Não houve qualquer complicação imprevista, continuaremos amanhã", disse à imprensa Jiri Kubs, diretor do Centro de Protonterapia de Praga (CTP).
O caso de Ashya, de 5 anos, teve grande repercussão internacional com uma verdadeira caçada a seus pais, que o tiraram no mês passado sem a permissão médica do hospital britânico em que estava internado.
O pequeno Ashya, hospitalizado desde segunda-feira passada em outro estabelecimento de Praga, Praga-Motol, chegou nesta segunda-feira de manhã ao CTP carregando em seus braços uma girafa de pelúcia.
"Todo o procedimento leva de duas a três horas, incluindo cerca de 40 ou 50 minutos na câmara de radiação. O paciente recebe a radiação apenas por alguns minutos", explicou o Dr. Vladimir Vondracek, outro especialista do CTP.
A terapia de prótons, que não existe no sistema público de saúde britânico, consiste em destruir as células cancerosas, irradiando-as com um feixe de prótons com foco nas lesões, evitando os tecidos saudáveis .
Em cada sessão, a criança deve receber anestesia geral para permanecer totalmente imóvel, como explicado pelos médicos do CTP. Os especialistas do CTP prepararam uma máscara especial e uma almofada sob medida para a criança.
"A taxa de sobrevivência para a doença apresentada por Ashya é de 70 a 80%. Temos muitas razões para esperar uma recuperação completa", afirmou o Dr. Barbora Ondrová do CTP.
A criança é acompanhada em Praga por seus pais, que o tiraram sem autorização do hospital de Southampton (Inglaterra), antes de levá-lo para Málaga (Espanha).
Seus pais, que achavam que o tratamento seguido por seu filho em Southampton era muito agressivo, decidiram levá-lo à Praga para receber a protonterapia.
Para financiar este tratamento, eles decidiram vender uma casa na Espanha, e por isso viajaram para este país, onde foram detidos a pedido de Londres, e em seguida libertados.