Cientistas da Agência Espacial Europeia anunciaram nesta segunda-feira (15) o local onde irão tentar realizar o primeiro pouso em um cometa em movimento no espaço a 55 mil quilômetros por hora. A manobra é um dos momentos chave da missão que já dura uma década para examinar o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko e aprender sobre a origem e evolução dos corpos celestes no universo.
"Essa é uma missão absolutamente única", disse o gerente da missão Fred Jansen, comparando a complexidade da aterrissagem na superfície de 4 km de largura do cometa com a aterrissagem de uma nave espacial em corpos celestes muito maiores, como a Lua ou Marte.
A sonda não tripulada Rosetta está voando ao lado do cometa 67P desde agosto, enviando imagens de alta resolução que permitiram que os cientistas escolhessem cinco lugares possíveis para a aterrissagem. O local escolhido, apelidado de "J", foi selecionado pelo seu terreno relativamente seguro e sua proximidade com locais considerados interessantes na superfície do cometa.
"Mesmo assim, o risco é alto", disse o gerente do projeto Philae Stephan Ulamec. Os cientistas não sabem o quão difícil é a superfície escolhida e quão ativo o cometa estará no dia 11 de novembro. Como todos os cometas, corpo gelado do 67P começou a espumar e pulverizar matéria à medida que se aproxima do Sol.
Outro problema é força gravitacional do cometa, milhares de vezes menor do que a da Terra. Para evitar que a sonda seja puxada para o espaço após a aterrissagem, serão necessários arpões e parafusos para fixá-la na superfície do cometa. Além disso, existe o fato de que a sonda foi projetada há 15 anos, quando a agência ainda não sabia qual seria o seu alvo.
Apesar dos desafios, não haverá ensaios. "Chegou a hora de fazer isso acontecer", disse o diretor do voo da sonda Rosetta, Andrea Accomazzo.