O promotor do Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (TPII) pediu nesta sexta-feira (26) a prisão perpétua contra o ex-líder político dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, acusado de genocídio durante a guerra da Bósnia (1992-1995), em particular pela matança de Srebrenica.
"A prisão perpétua é a única pena apropriada", afirmou o gabinete da promotoria em um documento publicado nesta sexta-feira. A publicação do texto acontece três dias antes do início das alegações finais neste longo julgamento ante o TPII, com sede em Haia.
"Sob suas ordens e supervisão, os subordinados de Karadzic e aqueles que colaboraram com ele expulsaram, mataram, torturaram e abusaram de centenas de milhares de muçulmanos e croatas", indica o relatório final da promotoria.
Karadzic, de 69 anos, enfrenta 11 acusações de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade por seu papel na guerra da Bósnia na década de 1990, que resultou na morte de mais de 100.00 pessoas e deixou 2,2 milhões de desabrigados.
Os promotores dizem que Karadzic, o presidente iugoslavo Slobodan Milosevic e o general sérvio bósnio Ratko Mladic agiram em conjunto para matar muçulmanos, croatas e outros não-sérvios dos territórios reivindicados pelos sérvios na Bósnia após a fragmentação da Iugoslávia em 1991.
Karadzic é acusado de planejar especialmente o massacre de Srebrenica, no leste da Bósnia, onde as tropas servo-bósnias massacraram em julho de 1995 cerca de 8.000 homens e meninos muçulmanos, jogando seus corpos em valas comuns.
Karadzic também enfrenta acusações pelo cerco de 44 meses a Sarajevo, capital da Bósnia, que terminou em novembro de 1995 com 10.000 pessoas mortas.
O acusado, que se declara inocente, foi preso em Belgrado em 2008 e seu julgamento começou em março de 2010. A sentença é esperada para o final de 2015.