O governo sul-africano negou nesta sexta-feira (3) ser responsável pelo cancelamento da cúpula de prêmios Nobel da Paz prevista para este mês e afirmou que o Dalai Lama, a quem não concedeu visto, era bem-vindo.
Em um comunicado, a presidência sul-africana classificou de muito ofensivo o ataque da prefeita da Cidade do Cabo, onde deveria ocorrer a cúpula de 13 a 15 de outubro, que acusou o governo de ser o responsável pelo cancelamento do evento.
A prefeita da Cidade do Cabo, Patricia De Lille, havia declarado que era preciso culpar o governo sul-africano por esta situação. "O gabinete de Sua Santidade o Dalai Lama informou ao governo sul-africano que ele não participará da cúpula, o que tornou obsoleto seu pedido de visto", acrescentou a presidência.
O porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Clayson Monyela, também afirmou que o Dalai Lama havia optado por não comparecer à cúpula.
"Se eu fosse o Dalai Lama, faria o seguinte: apresentaria meu pedido, o deixaria nas mãos do governo sul-africano e esperaria a decisão para saber se o visto foi concedido ou não", declarou.
"Ja veio várias vezes à África do Sul e dissemos em várias oportunidades publicamente que era bem-vindo", declarou.
No início de setembro, um porta-voz do Dalai Lama, Nangsa Choedon, havia explicado à AFP que o governo sul-africano comunicou por telefone que não poderia conceder o visto porque prejudicaria as relações entre China e África do Sul.