O promotor do julgamento de Oscar Pistorius, Gerrie Nel, mostrou nesta quarta-feira a intenção de pedir uma dura condenação para o atleta sul-africano, considerado culpado de homicídio culposo da namorada.
Nel tentou desmontar todos os argumentos da defesa, que considera que a prisão seria um local muito hostil para um deficiente com as duas pernas amputadas. "Se a sentença desta corte for muito leve, a sociedade vai perder o respeito pela justiça", declarou Nel. O promotor aproveitou o contrainterrogatório de uma funcionária de vigilância penitenciária, Annette Vergeer, para desmontar os argumentos da defesa.
Ele disse que Pistorius não ficaria em uma cela com detentos perigosos, não estaria em perigo, porque existem departamentos para prisioneiros deficientes e vulneráveis nas penitenciárias. Os problemas de higiene e manutenção das próteses não seriam problemas, porque, segundo Nel, as celas de tais departamentos estão adaptadas. Também negou que Pistorius seria obrigado a abandonar o tratamento psicológico, porque a lei prevê que o réu pode se encontrar com o próprio psicólogo na penitenciária.
"É preciso ser realista e pragmático sobre a qualidade real das condições de vida nas prisões sul-africanas", respondeu Vergeer, que compareceu ao tribunal a pedido da defesa para pedir uma condenação a trabalhos de interesse geral.
Em setembro Pistorius foi considerado culpado de homicídio culposo, já que a juíza considerou que havia sido imprudente, mas que sua intenção homicida não podia ser demonstrada. O atleta sempre alegou que abriu fogo contra a namorada Reeva Steenkamp através da porta fechada do banheiro por acreditar que se tratava de um ladrão.