A crise na Ucrânia pode dominar a reunião de líderes do G-20 neste fim de semana, enquanto Reino Unido e Austrália acusam a Rússia de contribuir para o problema. Antes da cúpula, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o premiê australiano, Tony Abbott, se reuniram na capital, Camberra, e levantaram a possibilidade de adotar mais sanções contra Moscou.
"Ainda espero que os russos tenham bom senso e reconheçam que precisam permitir que a Ucrânia siga como um país independente e livre para fazer suas escolhas", disse Cameron em entrevista a jornalistas. "Existe uma ameaça maior aos nossos valores do que eu gostaria de mencionar", declarou Cameron mais cedo, em um discurso no Parlamento da Austrália.
A Rússia está enviando novos comboios e tanques militares para o leste da Ucrânia, segundo informações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O governo russo também afirmou que pode enviar aviões para manobras no Golfo do México, exercitando suas tropas ao estilo da escalada da Guerra Fria.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou que não pretende levantar a questão das sanções na reunião do G-20. "Parece inútil para mim", disse Putin à agência de notícias russa Tass. Putin argumentou que as sanções vão de encontro às leis internacionais e às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Abbott, que recebe a cúpula deste fim de semana, afirmou que quer discutir a crise financeira global e chegar a acordos para promover o crescimento econômico e a criação de empregos, em vez de usar o encontro para tratar de questões como o ebola, a mudança climática e o conflito na Ucrânia.