A Tunísia faz hoje (23) as primeiras eleições presidenciais desde a revolução de 2011, disputadas por 27 candidatos e com um antigo ministro dos regimes autoritários de Habib Bourguiba e de Ben Ali como favorito.
Béji Caïd Essebsi, 87 anos, é o líder do partido laico Nidaa Tunès, vencedor das legislativas de 26 de outubro. O partido, considerado heterogêneo, congrega militantes de esquerda, sindicalistas, empresários e antigos membros do regime, unidos pela oposição aos islamitas do partido Ennahda.
Membro ativo da resistência contra o protetorado francês, Essebsi foi ministro de Habib Bourguiba (1957-1987), o “pai da independência” tunisiana, e de Zine El Abidine Ben Ali (1987-2011), deposto na revolução de 2011.
Ele disputa a presidência com o presidente cessante, o histórico opositor Moncef Marzouki, 69 anos, que viveu anos no exílio na França e, regressado à Tunísia após a revolução, foi eleito presidente interino pela Assembleia Constituinte.
Entre os demais candidatos figuram o popular empresário e presidente de um clube de futebol, Slim Riahi, o político de esquerda torturado pelo antigo regime, Hamma Hammami, seis ex-ministros de Ben Ali, entre os quais o ex-chefe da diplomacia Kamel Morjane, e uma mulher, a magistrada Kalthoum Kannou.
O partido islamita Ennahda, no poder desde o final de 2011 até o início deste ano, não apresentou um candidato e deixou aos seus apoiadores uma única orientação – eleger um presidente que garanta a democracia.
Se nenhum candidato obtiver maioria absoluta no primeiro turno, um segundo turno será efetivado no final de dezem