A situação era tensa nesta segunda-feira em Hong King, após uma noite de confrontos entre policiais e manifestantes pró-democracia que tentaram cercara a sede do governo da ex-colônia britânica devolvida a China em 1997.
Novos confrontos foram registrados durante a manhã em um centro comercial perto do acampamento de Admiralty, um dos locais ainda ocupados perto da sede do governo pelos manifestantes, que exigem a instauração de um verdadeiro sufrágio universal.
Uma pessoa foi retirada do local de maca, enquanto manifestantes, chorando, eram obrigados a abandonar as imediações de prédios oficiais. As ruas permaneceram abertas ao trânsito, mas o complexo governamental permanece fechado e os trabalhos do Conselho Legislativo estavam suspensos. Quarenta pessoas foram detidas na madrugada de domingo para segunda-feira após confrontos entre centenas de manifestantes pró-democracia e os policiais. Onze agentes ficaram feridos.
Vários manifestantes ficaram feridos e alguns foram atendidos por voluntários depois que a polícia utilizou spray de pimenta para dispersar os estudantes que tentavam cercar a sede do governo.
As forças policiais foram alvos de garrafas atiradas pelos ativistas. Em um ambiente de tensão, os manifestantes, que usavam capacetes, tentaram forçar o cordão de isolamento policial mobilizado ao redor da sede de governo, dirigido por Leung Chun-ying.
"Queremos uma democracia de verdade!", gritavam os manifestantes, que também defenderam a tática de cercar a sede do Executivo e tentar "paralisar" o governo. Milhares de pessoas também se reuniram no parque Tamar, perto do Parlamento, e tentaram ocupar a estrada Lung Wo, uma das principais vias de acesso que cruza a ilha de leste a oeste.
Os organizadores fizeram a convocação do protesto no domingo depois que a polícia desmantelou na semana passada, no distrito de Mongkok, uma das três áreas ocupadas pelos manifestantes pró-democracia de Hong Kong. Na ação, vários ativistas foram detidos. Os manifestantes, que reclamam a realização de um verdadeiro sufrágio universal nesta região administrativa especial da China, protestam nas ruas desde 28 de setembro.
Desde então, diminuiu sensivelmente o número de pessoas e o movimento parece dividido quanto à estratégia a seguir diante do descontentamento dos habitantes devido ao transtorno que os protestos causam no dia a dia. Apenas um encontro de negociações entre os manifestantes e as autoridades locais não permitiu nenhum resultado concreto. Ninguém tem esperança de que a China ceda às exigências dos estudantes.