O novo Parlamento da Tunísia realizou nesta terça-feira (2) a sua sessão inaugural, em um passo crucial para a democracia no país que em 2011 desencadeou a Primavera Árabe.
Depois do hino nacional, Mustafah Ben Jaafar, que exerceu a função de porta-voz da Assembleia Nacional Constituinte, abriu a sessão diante dos 217 membros do Parlamento, eleitos em 26 de outubro.
"A Tunísia conseguiu garantir uma alternância pacífica de poderes de forma fluida e civilizada, e assegurar uma introdução gradual de tradições democráticas", disse Ben Jaafar em um discurso no Congresso.
Depois do discurso, Ben Jaafar cedeu a palavra para Ali Ben Salem, o político mais velho da assembleia. Ben Salem vai presidir a sessão até a eleição do presidente da Câmara.
Nas eleições de 26 de outubro, o partido laico Nidaa Tunes conquistou a maioria com 86 assentos, superando a formação islamita Ennahda, com 69 parlamentares.
Segundo o sistema eleitoral da Tunísia, o partido com o maior número de congressistas tem o mandato para formar um governo.
A imprensa aponta para a possibilidade de os dois principais partidos formarem uma grande coalizão.
O partido Nidaa Tounes afirmou que não vai formar um governo antes do segundo turno das eleições presidenciais, que serão realizadas no final deste mês.
A Tunísia é considerada um exemplo bem-sucedido da Primavera Árabe, uma onda de contestação que derrubou líderes autoritários em países do Norte da África e do Oriente Médio. Nações como o Egito e a Líbia mergulharam no caos, apesar do fim de décadas de ditadura.