Um estudo encomendado pelo governo britânico concluiu que a resistência a antibióticos pode ser responsável por 10 milhões de mortes ao ano até 2050 e afetar o Produto Interno Bruto mundial de 2% a 3,5%.
O informe sobre a resistência antimicrobiana lembra que as cirurgias podem ter se estendido e perdido periculosidade graças aos antibióticos e que intervenções como as cesarianas poderiam se tornar mais perigosas.
O boletim, encomendado pelo premiê britânico, David Cameron, foi chefiado por Jim O'Neill, ex-economista-chefe do banco de investimentos americano Goldman Sachs, e incluiu especialistas britânicos de alto nível.
Comparativamente, o estudo avalia que a segunda maior causa de morte, câncer, dará conta de 8,2 milhões de mortes ao ano em 2050.
"Os efeitos prejudiciais da resistência aos antimicrobianos já estão se manifestando em todo o mundo", acrescentou o informe.
"As infecções resistentes a antimicrobianos atualmente matam pelo menos 50 mil pessoas a cada ano em toda a Europa e os Estados Unidos apenas", acrescentou.
Os cálculos se baseiam em estudos existentes do instituto de pesquisas Rand Europa e a consultoria KPMG.
O informe adverte que a resistência a medicamentos não é "um risco distante e abstrato" e pediu "uma intervenção importante para evitar o que ameaça ser uma carga devastadora para os sistemas sanitários do mundo".
Diz, ainda, que há três tipos de bactérias - a pneumonia 'Klebsiella', 'Escherichia coli' (E. coli) e 'Staphylococcus aureus' -, que já mostram sinais de resistência.
Nos Estados Unidos, as infecções resistentes a antibióticos se associam com 23.000 mortes e dois milhões de doenças a cada ano.