O governo da Indonésia disse hoje (3) que investigará as violações de voos do avião da AirAsia, que desapareceu no domingo com 162 pessoas a bordo, depois de as equipes de buscas terem encontrado duas grandes partes da aeronave. O Ministério dos Transportes indonésio informou que o avião voava em horário não autorizado, quando desapareceu. Acrescentou que a permissão para a companhia operar a rota que liga Surabaia a Cingapura foi suspensa, até que as investigações sejam concluídas.
Além disso, adiantou que outras companhias aéreas no país serão investigadas. "Vamos realizar uma auditoria em todas as companhias aéreas na Indonésia para saber se existem violações relacionadas à rota, à duração e ao horário", disse o ministério, em comunicado.
Ontem (2) à noite, foram encontradas duas grandes partes do Airbus A320-200 no Mar de Java, ao largo da Ilha de Bornéu, aumentando as esperanças sobre o aparecimento dos corpos e das caixas-pretas, cruciais para determinar a causa do acidente.
Até agora, as equipes de busca recuperaram 30 corpos. O horário do voo do Airbus 320-200 da AirAsia, que decolou da cidade indonésia de Surabaia, com destino a Cingapura, não foi validado, informou o diretor-geral do Transporte Aéreo, Djoko Murjatmodjo.
“[O avião] violou a autorização da rota dada, o horário dado, esse é o problema”, disse Murjatmodjo. Acrescentou que, por isso, a licença da companhia aérea AirAsia para operar essa rota foi suspensa até que as investigações do acidente sejam concluídas.
Em comunicado, o porta-voz do Ministério dos Transportes, J.A. Barata, disse que a AirAsia não tinha “luz verde” para fazer a ligação Surabaia-Cingapura aos domingos e que não tinha pedido para mudar o horário dos voos.
As equipes que participam nas buscas pela fuselagem e pelos corpos dos passageiros do Airbus contam atualmente com a ajuda de investigadores estrangeiros para localizar as caixas-pretas.
O presidente da AirAsia Indonésia, Sunu Widyatmoko, disse que a empresa não comentará a decisão do governo da Indonésia até que os resultados da investigação sejam conhecidos. Ele acrescentou que a companhia vai "cooperar plenamente com o governo nesse processo de avaliação".