O Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou nesta terça-feira o ataque contra um ônibus em que morreram 11 civis no leste da Ucrânia.
Em um comunicado unânime, os 15 membros do Conselho, incluindo a Rússia, pediram uma investigação para que os responsáveis pelo ataque sejam levados ante a justiça.
Onze civis foram mortos na véspera no leste separatista pró-russo da Ucrânia, após um ônibus ser atingido por um ataque que visava uma barreira do exército ucraniano, o mais mortífero desde a declaração de uma trégua no dia 9 de dezembro.
O ataque foi realizado perto da localidade de Bougas, e a barreira está localizada na estrada entre Donetsk, capital regional e reduto dos rebeldes, e Mariupol, às margens do Mar de Azov e última grande cidade no leste da Ucrânia sob o controle de Kiev.
Segundo o exército ucraniano, os rebeldes dispararam a partir de Dokutshaïevsk, localidade situada 15 km ao nordeste da barreira visada.
Ao balanço deste incidente, somam-se as mortes de um soldado e de três civis na cidade de Donetsk anunciados no início da manhã, um dia após o fracasso de novas discussões em Berlim para organizar uma cúpula de paz com os líderes ucraniano, russo, alemão e francês.
Depois de um período de calma relativa desde a trégua de 9 de dezembro, o leste separatista voltou a registrar episódios de violência mortal no final da semana passada, enquanto os esforços para reavivar o processo de paz estão em um impasse.
A missão de observação da OSCE para o leste da Ucrânia denunciou, por sua vez, em um comunicado um "aumento notável das violações do cessar-fogo" no leste.
Reunidos na noite de segunda-feira em Berlim para resolver suas divergências, os ministros das Relações Exteriores ucraniano, russo, alemão e francês não conseguiram fixar uma data para uma reunião sobre a Ucrânia no Cazaquistão, inicialmente anunciada por Kiev para 15 de janeiro.
O chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, sugeriu que não estavam dadas as condições para uma cúpula entre os presidentes russo Vladimir Putin e ucraniano Petro Poroshenko com a participação da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, François Hollande.
Acusada pelos ucranianos e o Ocidente de armar os rebeldes pró-russos no leste e de enviar tropas, 7.500 soldados até o momento, de acordo com Kiev, a Rússia nega qualquer envolvimento no conflito que já deixou mais de 4.700 mortos em nove meses.